
A Polícia Federal de Altamira abriu inquérito para apurar as circunstâncias e os responsáveis pela agressão ao engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Vieira Souto Rezende. Ele foi ferido com um corte no braço por índios da etnia Kaiapó, na tarde de ontem (20), durante o Encontro Xingu Vivo para Sempre, que discute os impactos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste paraense.
PF também vai solicitar um laudo antropológico nos indígenas para que seja veirifcado o grau de aculturamento dos índios. 'Se eles forem aculturados nada impede que eles sejam indiciados pelo crime', disse Fernando Sérgio, assessor de imprensa da Polícia Federal. O laudo é realizado por peritos da Polícia Federal, com auxílio da Funai (Fundação Nacional do Índio). O prazo para a conclusão do inquérito é 30 dias.
Em entrevista à Agência Brasil, dom Erwin Krautler, bispo do Xingu e um dos organizadores do evento, disse que o engenheiro usou 'tom de deboche' ao se referir a temas discutidos pelo palestrante anterior, o professor da Unicamp (Universidade de Campinas) Oswaldo Sevá.
Depois de ser vaiado, o engenheiro terminou o seu discurso dizendo que a hidrelétrica será implantada de qualquer forma, de acordo com relato de dom Erwin. Foi nesse momento que os índios soltaram gritos de guerra e começaram as agressões. Para o bispo, 'o acontecimento é lamentável e as atitudes do engenheiro não o justificam'.
Segundo um dos organizadores do evento, José Cleanton Curioso Ribeiro, do Conselho Missionário Indígena, a entrada dos índios com facões não foi proibida, pois 'é uma característica de cada etnia, que não pode ser modificada'. Além disso, de acordo com Ribeiro, a restrição no acesso dos indígenas seria impossível. 'Imagina se nós tentássemos impedir a entrada de 600 Kaiapó com facões. A agressão poderia ter sido contra nós e mais gente sairia ferida', justificou Ribeiro.
O caso - O ataque ocorreu durante uma das plenárias do encontro, que reunia cerca de mil pessoas no ginásio da cidade. A vítima é da diretoria da Eletrobrás e defendeu a construção da usina. Após sua fala, os índios se levantaram e começaram a cantar.
Os índígenas cercaram Rezende, que só conseguiu sair após ajuda dos organizadores do encontro. Foi no tumulto que ele sofreu o ferimento no braço e ficou sem camisa.
Após o incidente, ele foi encaminhado ao Hospital Regional de Altamira, onde recebeu seis pontos no braço. Segundo a Polícia Federal, ele retornou no final da noite de ontem para Brasília. 'Ele não pôde prestar depoimento em Altamira, pois o clima na região estava bastante tenso e seria um risco', disse Fernando Sérgio. Segundo o policial, a vítima deve prestar depoimento à Polícia Federal de Brasília, o que não impede que a PF de Altamira prossiga com as investigações.
Passado - Há quase 20 anos em um encontro - que também discutia a instalação da hidrelétrica de Belo Monte - o engenheiro da Eletrobrás na época, José Antônio Muniz, também foi ameaçado com um facão por uma índia mas não saiu ferido. Hoje, José Muniz é presidente da Eletrobrás.
FUGA DE PRESOS
Em uma ação silenciosa, seis dos 14 presos que estavam detidos na única cela da delegacia do Jurunas conseguiram escapar. A fuga aconteceu por volta das 3h30 da manhã desta sexta-feira(16). Dois já foram recapturados.
Segundo a polícia, os presos serraram três barras de ferro e fugiram pela parte de trás da delegacia. Na hora da fuga um investigador, um delegado e um escrivão, que formam a equipe de plantão, estavam no prédio, mas não ouviram a movimentação na carceragem.
Somente alguns minutos depois, um barulho chamou a atenção dos policiais, que ainda conseguiram impedir que mais presos escapassem.
Uma vistoria nas celas localizou a serra usada na fuga. Em diligências pelo bairro, a polícia conseguiu prender dois, dos seis fugitivos. Franciel Ataide Monteiro, Daniel Rodrigues Pinho, Joel Zorante Ferreira e Manuel Gomes dos Santos continuam foragidos. Todos respondem por assalto à mão armada.
O delegado Emir Miranda, diretor da delegacia, abriu inquérito para apurar o caso.
PADASTRO PRESO
O pedreiro Elias Ferreira Barata, 50 anos, foi preso em flagrante por policiais da delegacia da Cidade Nova, acusado de abusar sexualmente das três filhas da esposa dele. Segundo a polícia, os abusos aconteciam há pelo menos quatro anos.
O pedreiro foi preso na casa da família no loteamento Guerreiro de Jeová, no Icuí-Guajará, logo após tentativa de abuso em duas enteadas, uma de 12 e outra de 14 anos. 'A de 12 anos ele ainda tentou esganar', disse o delegado Vicente Costa, da delegacia da Cidade Nova.
O fato foi denunciado por tias das meninas e passou a ser investigado pela polícia. Uma terceira enteada do pedreiro de 16 anos e que não mora mais na casa também contou que sofria abusos durante o tempo em que morou com a mãe.
Todas as vítimas foram encaminhadas ao Pró-Paz para fazer exames de lesão corporal, conjunção carnal e ato libidinoso.
O acusado foi autuado na lei Maria da Penha, por agressão à enteada de 12 anos, e estupro, ato libidinoso, contra a menina de 14 anos. '
Na delegacia o acusado negou o crime. 'Apesar da negativa, as vítimas confirmaram os abusos e deram detalhes de como tudo aconteceu', revelou o delegado.
COMUNITÁRIO MORTO
O agricultor Domingos de Oliveira Brito, 47 anos, presidente da Comunidade Santos Dumont, município de Novo Progresso, no oeste paraense, foi assassinado na madrugada desta sexta-feira (16). Segundo a polícia, o crime foi cometidos por três homens, que estavam armados com uma faca e um revolver calibre 38.
Na madrugada, a vítima estava em um bar no centro da cidade. Pouco depois, chegaram ao local três homens: Joaquim Cardoso, Élson Batista Gomes, e um terceiro identificado apenas por “Bile”. Segundo a polícia, Joaquim e Domingos eram rivais e entraram várias vezes em dicussão por questões ambientais da região.
No encontro, vitima e acusado iniciaram uma nova discussão, que só terminou com a morte de Domingos.
Uma testemunha relatou ao delegado Antonio Carlos, titular da Delegacia de Polícia de Novo Progresso, que um dos homens portava uma arma branca, tipo facão e outro um revolver. O homem que estava com o revolver ainda efetuou dois disparos, mas não acertou a vítima.
Após o crime, policiais civis e militares saíram em buscar dos acusados. Apenas no início da tarde foram presos Joaquim Cardoso e Élson Batista Gomes. O terceiro, “Bile” continua foragido.
O delegado Antonio Carlos abriu inquérito para apurar os motivos do crime e encaminhou pedido de prisão preventiva a Justiça Local.
Segundo testemunhas, a vítima era defensora de causas ambientais e tinha rixas com outros moradores próximos.
Rivalidade - Domingos e Joaquim Cardoso da Costa moravam na comunidade Santos Dumont. Os dois tinham visões opostas de como melhor utilizar a terra na região. Enquanto Domingos era preservacionista, Joaquim seria favorável ao desmatamento.
Em abril, os dois participaram de uma audiência pública na cidade. Onde os dois teriam trocado acusações.
PRESO MATADOR DO MOTORISTA
Foi preso na noite de domingo (18), o latrocida Alan Kleyton Modesto Piteira, 22 anos, conhecido por Alanzinho. Ele é acusado de ser o autor do assassinato do motorista Paulo Francis Castilho de Alencar, de 33 anos. O crime ocorreu em 31 de dezembro do ano passado, no cruzamento da avenida Antônio Barreto com travessa 14 de Abril, bairro de São Brás, em Belém, durante tentativa de roubo.
Policiais civis, da DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), cumpriram o mandado de prisão preventiva, decretado pelo juiz de Direito Edmar Silva Pereira, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca da Capital.
Alanzinho foi encontrado pelos policiais na casa do pai, em Santa Izabel do Pará, no nordeste do Estado. Após receber voz de prisão, o preso foi conduzido à sede da DRCO, onde ficará recolhido à disposição da Justiça, até ser transferido a um presídio do Sistema Penitenciário do Pará.
Ele vai responder por crime de latrocínio - roubo seguido de morte. Alanzinho e um comparsa abordaram a vítima, que dirigia seu carro, ao parar em um sinal de trânsito. Ao perceber que seria roubado, o motorsita acelerou para tentar fugir, mas foi baleado por trás por um dos assaltantes.
Alanzinho foi reconhecido por testemunhas como o autor do tiro fatal. O comparsa dele no crime, Fagner Diego Gomes dos Santos, 22 anos, de apelido Rabiola, foi preso em janeiro deste ano, por policiais civis da Seccional Urbana de São Brás. Rabiola confessou participação na tentativa de assalto, mas negou ter atirado no motorista.
De acordo com o delegado Ronaldo Aleixo, da DRCO, após matar o motorista, Alanzinho fugiu para a casa de familiares. Ele é acusado de praticar outros crimes, entre os quais homicídios, em Castanhal e em Santa Izabel do Pará.
AÇÃO DA PÓLICIA NOS BAIRROS
O Comando do 10 º Batalhão da Policia Militar (BPM) enviou à Guarda Municipal de Belém (Gbel) o demonstrativo de registro de ocorrências no Bairro do Tapanã, na área do 10º BPM, referente ao mês de abril de 2008. Encaminhou também o demonstrativo do registro das ocorrências penais mais relevantes dos setores Tapanã e Pratinha, nos meses de janeiro a abril deste ano.
Os números revelam uma redução significativa dos índices de violência nos dois bairros, graças à atuação conjunta com a Guarda Municipal de Belém, por meio das ações 'Integração Total' e 'Parque Guajará', efetivadas pelas polícias Militar e Civil. 'Foram 290 registros no mês de março de 2008, caindo para 234 no mês de abril deste ano, ou seja, uma redução de 56 registros a menos, aproximadamente 193%. Ao analisar separadamente o setor Tapanã, observa-se que, quantitativamente, houve nos mês de março de 2008 um registro de 73 roubos a transeuntes, contra apenas 38 registrados no mês de abril deste ano, ou seja, ocorreu um a redução de 35 registros, aproximadamente 47,94%', garante o documento assinado pelo tenente-coronel Pedro Paulo Barata, do 10º Batalhão da Polícia Militar.
O tenente esclarece que a parceria com a Polícia Civil e Guarda Municipal de Belém foi importante para a diminuição dos delitos, em particular o roubo a transeunte. A presença ostensiva de policiais militares e civis, além dos agentes da GBel, abordando pessoas suspeitas, realizando barreiras para a revista de veículos e passageiros, além de fiscalizar festas e similares, foram determinantes para a diminuição dos crimes. 'É verdade que ainda estamos distante de nosso objetivo maior, que é redução significativamente de todos os delitos penais, porém, os dados alcançados devem servir de estímulo à continuação deste trabalho', afirma.
Ellen Margareth, inspetora geral da Gbel, explica que a parceira da Guarda de Belém nas ações preventivas das forças de segurança pública consta com 50 homens, geralmente. Nesta terça-feira (20), os trabalhos de abordagem e reconhecimento ocorreram nos bairros da Terra Firme , Guamá e Cremação.