segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Belém Moderna



Por Malinche.wordpress.com/2007

Moderna e bela, a capital paraense vive um ótimo momento. A terra do cupuaçu é abençoada por chuvinhas diárias que acompanham o ritmo dos belenenses: livre, leve e solto. Uma das portas da Amazônia, a cidade demonstra com louvor suas influências indígenas na arte e na cozinha, que utiliza ingredientes da floresta para se tornar tão rica e peculiar.

Casarões azulejados na Cidade Velha revelam as raízes portuguesas que fundaram Belém em 1616, e que posteriormente a transformaram em uma importante região portuária. Isto é visível na Estação das Docas, área transformada em pólo cultural e gastronômico, bom de observar a baía do Guajará enquanto degusta uma salada de siri e toma um suco ou uma cerveja para refrescar a vida. Neste mesmo calçadão, você assiste aos shows folclóricos, no ritmo do carimbó, do siriá e do lundú, obras regionais. Música ao vivo, exposições, oficinas, lojinhas de artesanato, livros e uma brisa úmida tomam a atenção na antiga estação portuária.

Mas isto é apenas o começo, Belém possui qualidades que a diferenciam de qualquer outra cidade brasileira. Talvez sejam as regalias da modernidade desfrutadas com simplicidade; talvez sejam as pessoas, que vivem de gentilezas e despreocupação; talvez sejam as cores do Mercado Ver-o-Peso e todas as histórias que seus vendedores contam; talvez seja o conjunto desses e outros pequenos detalhes, que fazem a cidade representar a alma do Brasil com magnificência.

O ecossistema amazônico é contemplado através de conjuntos como o Parque Emilio Goeldi, onde animais como a onça pintada e o peixe elétrico, além de enormes árvores amazônicas são preservados. O Mangal das Garças, que conta com mirante e passarela sob a mata; e o Jardim Botânico, com trilhas e um orquidário também são ótimos lugares para apreciar a riqueza da natureza local.

As construções históricas também valem atenção especial. Um programa imperdível é uma visita ao Theatro da Paz, que passou dois anos fechado e reabriu em 2002. Inspirado no Teatro Scala, de Milão, todavia possui mobília original de 1878, ano de inauguração. O Forte do Presépio é outro grande atrativo por ser a primeira construção da cidade e por abrigar o Museu do Encontro, que conta a história da colonização portuguesa na Amazônia desde o século 17. A Casa das 11 Janelas hoje em dia é centro cultural com diversas atrações e o melhor chope da cidade, mas já foi residência de senhor de engenho e a partir de 1768 abrigou o Hospital Real.

Formado por um conjunto arquitetônico datado de 1698, o Museu de Arte Sacra guarda um acervo com cerca de 320 peças de arte religiosa. No Palácio Antônio Lemos está instalado o Museu de Arte de Belém, com obras de Cândido Portinaro, Alfredo Volpi e artistas locais.

DICAS

Como Chegar: Existem vôos diretos das principais capitais do país até o aeroporto internacional de Val de Cans, que em 2001 foi inaugurado com lojas, praça de alimentação, salão de beleza e lan-house.

Melhor Época: Reforma nenhuma muda o calor em Belém, fato. Seja qual for a época do ano, as temperaturas permanecem na média de 30ºC. Além disso, a umidade produz um mormaço que pode não agradar os desacostumados. Fora isso, a chuva é um dos símbolos de Belém e está presente todos os dias, o que compensa o calor e produz uma brisa deliciosa. Dezembro a maio é a época que mais chove. O resto do ano é agraciado por pancadinhas rápidas no final da tarde. Nunca saia sem guarda-chuva!

Gastronomia: A grande referência da cozinha paraense é o pato no tucupi. Para traduzir, tucupi é um soro da mandioca que é extraído e fervido antes de envolver a ave. O ensopado é enriquecido com jambu, erva amarga que entorpece os lábios. Outro prato famoso é a maniçoba, tipo de feijoada que substitui o feijão pela maniva, uma planta venenosa. É preciso cozinhar as folhas durante uma semana, para que no sétimo dia as carnes sejam adicionadas sem perigo de haver veneno. O cheiro é uma delícia. Mesmo com o clima escaldante, os pratos são servidos muito quentes. O tacacá, por exemplo, uma sopa feita com tucupi, goma de tapioca, jambu e camarões secos, é servida em temperaturas efervescentes em barraquinhas pela cidade sob os 40 graus, que seja. Os frutos são uma atração a parte. Á começar pelas deliciosas castanhas do Pará e de caju, são torradas na hora e vendidas como água por toda a cidade. O cupuaçu é outra delícia a ser explorada, assim como o taperebá, o muruci, o bacuri e o rambotã. Para finalizar, Belém é também a terra do Açaí. O pequeno fruto consumido por marombeiros como energético, fora do Pará, é outra história. Nem pense em pedir granola para misturar ao açaí em forma de mingau, simplesmente porque isso não existe praquelas bandas. Os acompanhamentos originais são farinhas de tapioca e mandioca, camarões salgados, ou quem sabe pedaços de carne-seca. Ao contrário da energia que o açaí provoca no resto do Brasil, em Belém ele provoca moleza: caia na rede e aproveite a sesta amazônica!

MORTO, por acaso?

O subtenente do Exército Antônio Luís Dias Moreira foi morto por engano, na madrugada de ontem, em Realengo. Ele foi baleado na Travessa Marechal Barbedo, por volta das 4h30m, porque teria sido confundido com um policial que mora na região. Segundo testemunhas, um grupo armado dizendo-se da polícia chegou à casa de Antônio Luís gritando por um homem chamado Artur.

Em seguida, os bandidos invadiram o quintal da casa do subtenente, que teria se assustado com o arsenal da quadrilha, que tinha pistolas e fuzis. Músico da banda da corporação, Antônio Luís tentou escapar e escalou a própria casa para fugir pelos telhados dos vizinhos, mas foi perseguido e alcançado no meio da rua. Em estado de choque, a mulher do subtenente teria visto o marido ser executado pelos criminosos.

Disparos feitos foram de diferentes calibres

A quantidade de cartuchos disparados impressionou o delegado Adriano Marcelo França, da 33ª DP (Sulacap). Só no portão da casa de Antônio Luís, foram disparado 18 tiros. Na delegacia, o policial exibiu um saco plástico com mais de 30 projéteis de diversos calibres.

- Eles foram mesmo para matar o tal de Artur. Encontramos mais de 30 cápsulas de calibres de pistolas 380 e 9mm e 7.62, de fuzil AK-47. A vítima era músico da banda do quartel, não tinha passagem pela polícia nem atritos com os vizinhos. Esse Artur seria um policial civil ou militar. Eles foram para pegar um e mataram outro - disse o policial.

O delegado vai chamar parentes de Antônio Luís para prestar depoimento. Na manhã de ontem, uma equipe da 33ª DP foi à Travessa Marechal Barbedo para tentar localizar o suposto policial.