domingo, 8 de setembro de 2013

BELÉM - Manifestantes apedrejam prédio no Comércio


Ontem (7) pela manhã, após o desfile militar que percorreu a avenida Presidente Vargas, centenas de manifestantes participaram do chamado “grito dos excluídos”. Em contraponto à parada cívico-militar, que busca resgatar valores como o civismo e a valorização do orgulho nacional, muitos dos que participaram do 7 de Setembro acreditam que não há tanto do que se orgulhar. A crítica às instituições públicas, exigindo mais saúde, educação, justiça social e honestidade por parte dos políticos, enfeitou cartazes e motivou gritos de desabafo.
Da Praça do CAN (Centro Arquitetônico de Nazaré), os manifestantes ligados à ONGs, movimentos sociais, partidos políticos de esquerda e membros da sociedade civil se dirigiram à Praça da República. A intenção da organização era entregar uma carta de protesto ao governador Simão Jatene. O desfile, no entanto, acabou uma hora antes do previsto e já não havia nenhuma autoridade quando o protesto chegou à Presidente Vargas. Nas críticas, sobraram cobranças aos políticos, à violência do Estado e às grandes corporações.
Muitos pais que assistiram ao desfile militar fizeram questão de ficar até o fim do ato com seus filhos. Odoaldo Passos, 71 anos, se juntou ao jovens e levou seu cartaz para mandar seu recado à classe política. “Tem que ter o fim do voto secreto em todos os níveis. O eleitor tem o direito de saber quais as decisões que o político que ele elegeu está tomando. Só assim a gente vai acabar com a corrupção, que é o grande problema desse país”, disse.
Cerca de 50 pessoas ligadas ao movimento Black Block, no final da manifestação, desceram as ruas do centro comercial. Na Frutuoso Guimarães, esquina com a rua Santo Antônio, uma agência do grupo Ibis foi apedrejada por alguns manifestantes. Vidros de algumas janelas caíram na calçada. A Polícia Militar, que apenas acompanhava, interveio e dispersou o grupo. Alguns jovens foram revistados, mas ninguém ficou detido. O grupo se concentrou em frente à sede da Prefeitura Municipal, local em que o protesto foi encerrado.