domingo, 19 de agosto de 2012

Prolongamento da João Paulo II inicia este ano

Os frequentes congestionamentos formados ao longo do principal corredor de trânsito da grande Belém, a avenida Almirante Barroso, fazem o paraense aguardar com ansiedade o início das obras de prolongamento da avenida João Paulo II. A esperança dos condutores é de que, com uma nova alternativa de rota, o movimento de entrada e saída da cidade flua com mais rapidez. A obra tem previsão de início marcada para o mês de dezembro e corresponderá a cerca de 4 mil metros, avançando da passagem Mariano, no bairro Curió Utinga, até a rodovia Mário Covas, em Ananindeua. “Sonho dia e noite com essa obra. Com o congestionamento que tenho enfrentado diariamente na [avenida] Almirante Barroso, perco quase três horas por dia apenas no trânsito de casa para o trabalho. É um tempo que eu nem tenho para perder, no final das contas são quase três dias por mês”, diz a funcionária pública Carmem Vieira, que se desloca para o trabalho do conjunto Cidade Nova IV para o bairro de Nazaré pela avenida Almirante Barroso. “Se tivesse a 1º de Dezembro [atual avenida João Paulo II) ficaria bem melhor para mim. Acredito que reduziria meu trajeto em mais de 50%”, avalia.
Pelo projeto, que faz parte da segunda etapa do Ação Metrópole, a nova João Paulo II será ligada à rodovia Mário Covas através de uma conexão com o elevado do Coqueiro, permitindo o acesso direto a Belém de veículos oriundos dos conjuntos Cidade Nova e Paar, além dos bairros do Coqueiro e 40 Horas, em Ananindeua. “Não há dúvida de que será uma nova alternativa para desafogar o trânsito na região metropolitana, já que o acesso hoje se dá apenas pela rodovia BR-316, porém, mais que uma via de acesso e saída da cidade, o prolongamento traz a marca do desenvolvimento urbano para a cidade, trazendo benefícios sociais, econômicos e ambientais”, explicou o diretor geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), César Meira.
Neste primeiro momento, diz o diretor, está sendo elaborado o projeto executivo que entre outros produtos lançará o edital de abertura para o processo licitatório, marcado para o dia 02 de outubro. “Há um intervalo de tempo burocrático, mas, definida a empresa vencedora da licitação, a obra efetivamente tem início”, diz Meira, antecipando a redução no número de desapropriações na área por onde passará a nova via. “Diferente do que previa o traçado inicial, cruzaremos uma área com menos intervenções urbanas, de modo que o número de desapropriações será bastante reduzido. A quantidade exata, entretanto, apenas o projeto executivo definirá”.
A nova avenida João Paulo II terá duas pistas, com três faixas por sentido, ciclovia e implantação de duas pontes. A primeira a 60 metros da passagem Mariano, transpondo a ponta do Lago Bolonha, e outra a 200 metros da rua da Pedreirinha, transpondo a ponta do Lago Água Preta. A via circundará parte do Parque do Utinga, funcionando como barreira física e sanitária de proteção à Area de Preservação Ambiental (APA) Belém ao prever um sistema de drenagem que fará a captação dos efluentes que atualmente são diretamente lançados nos mananciais, promovendo a devida filtragem desses afluentes. “Também será uma barreira física, porque será margeada por um muro em gradil que permitirá a visualização do Parque ao mesmo tempo que impedirá o avanço urbano sobre o parque, que vem sofrendo com a urbanização”, destaca César Meira. A previsão é de que a nova via seja inaugurada no prazo de um ano, já considerando as adversidades climáticas. 
AÇÃO METRÓPOLE
O prolongamento da av. João Paulo II é a segunda etapa do projeto Ação Metrópole. A primeira foi finalizada com a construção da avenida Centenário Assembleia de Deus e do elevado Daniel Berg.
PREVISÃO
Após a conclusão da obra, prevista para dezembro de 2013, terá inicio a última fase, que corresponde à implantação do Sistema BRT (Bus Rapid Transit) do Estado, entre Belém e Marituba.

RF retém jato da familia ORM


A Receita Federal reteve, na tarde de sexta, uma aeronave que estaria sendo utilizada pela empresa “ORM Air Taxi Aéreo” sob suspeita de irregularidades na importação. Segundo fontes da Receita Federal, o avião em questão tem problemas de registro de propriedade e importação. No caso em questão, os irmãos Maiorana seriam os reais proprietários, embora a aeronave esteja em nome de estrangeiros. Se confirmada suspeita, eles poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica e descaminho.
Apesar de o fato ser de interesse público, a Infraero e Receita Federal não quiseram se pronunciar oficialmente sobre o caso. O avião é de um jato de luxo, modelo executivo, com iniciais N2 e o restante com letras de um alfabeto desconhecido. Após a notícia da retenção ter vazado para a imprensa e sem que soubesse que tínhamos essas informações, a equipe do DIÁRIO conversou com Flávio Santos, gerente da ORM, dentro da sala de monitoramento da Infraero. No início, Santos negou o ocorrido. Porém, quando a reportagem citou que a aeronave com iniciais N2 é a que havia sido apreendida pela Receita Federal, ele não só confirmou que era essa aeronave, como também disse que ela era dos Estados Unidos, espontaneamente.
Questionado pela reportagem sobre o motivo dessa aeronave ter a logomarca das Organizações Rômulo Maiorana, ele em seguida desconversou: “Vocês vão ter que provar o que estão dizendo. Eu estou dizendo que nenhuma aeronave da ORM está apreendida. Todas elas estão no nosso hangar”, argumentou. Convidado pela reportagem a nos acompanhar até o hangar para que confirmasse o que falava, ele disse que não tinha autorização para fazê-lo.
O auditor da Receita Federal que cuida do caso é Iranilson Brasil, conforme informação dada pelo funcionário da Receita de plantão no aeroporto. O plantonista nos informou que por ele poderíamos ter acesso ao Hangar, mas, após uma consulta por telefone ao auditor da Receita responsável pelo caso, o acesso foi negado. A equipe do DIÁRIO chegou a entrar em contato com o auditor por telefone, mas ele se negou a dar maiores informações.

SILÊNCIO
No portão que dá acesso ao Terminal de Cargas Internacionais, guardado pelo vigilante Valdecir, de uma empresa particular que presta serviços à Infraero - e é responsável pela proteção da entrada onde são guardadas as cargas que vêm de outros países - , a equipe do DIÁRIO foi informada que a Receita autorizou que o avião retido fosse lacrado e ficasse sob os cuidados da Infraero.
A informação contrastou com as primeiras palavras do gerente Flávio Santos, que garantia que não havia nenhuma aeronave retida nas dependências do aeroporto internacional de Val de Cans. “Não tenho conhecimento de nenhuma aeronave apreendida”, garantiu ele, com certa tranquilidade, à reportagem do DIÁRIO. Minutos depois, ele acabou dizendo que uma aeronave americana com iniciais N2 estava sim retida pela Receita Federal. Entretanto, o servidor do órgão, que se encontrava na sala da Receita, no aeroporto, a cada pergunta feita reportagem do DIÁRIO, respondia com a mesma frase: “Não estamos autorizados a dar informações”. Mesmo com esse bloqueio que foi imposto à imprensa, fontes do órgão confirmaram a retenção do jatinho de luxo.