domingo, 22 de abril de 2012


                  
                      POLICIA PRENDE FALSO DENTISTA NO BAIRRO DO TAPANÃ

Após denúncia feita pelo Conselho Regional de Odontologia do Pará (CRO-PA) e investigações preliminares, uma equipe de policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) prendeu, na manhã de ontem (20), Agripino Bastos, de 64 anos. O acusado foi preso na própria residência, na rua do Ranário, bairro do Tapanã. Agripino foi flagrado praticando o crime de exercício ilegal de Odontologia.

No local onde funcionava um pequeno consultório improvisado, foram encontrados equipamentos odontológicos sucateados e em péssimas condições de higiene, além de medicamentos e material para confecção de próteses dentárias, alguns com data de vencimento de 2008. O material foi apreendido e encaminhado para a Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).

A prisão de Agripino ocorreu por volta das 10h30 de ontem. A equipe comandada pela delegada Rosamalena Abreu foi uma das que seguiram em operação para flagrar dois pontos de prática ilegal de Odontologia. Apenas a equipe de Rosamalena obteve êxito na operação e deteve Agripino Bastos. O segundo local, no bairro da Pedreira, estava fechado, mas as investigações prosseguirão.

Ainda em sua residência, Agripino disse que trabalhava apenas como protético e que os equipamentos apreendidos pertenceram ao seu pai, que era dentista. Ele admitiu ainda que trabalha como protético há mais de 20 anos, mas negou que realizasse procedimentos cirúrgicos e tratamento dentário. “Aqui eu fazia o molde e cobrava entre R$180,00 e R$200,00 cada uma. Há muitos anos que eu trabalho”, afirmou.
Uma moradora da área, Erika dos Santos, disse que todos no bairro conhecem Agripino como o “dentista do bairro”. “A gente achava que ele era dentista. Eu até arranquei dente com ele. Ele cobrava entre R$30,00 e R$35,00 por uma consulta. A gente que é de baixa renda acaba procurando o que é mais barato”, lamentou.

Roberto Pires, presidente do CRO, e o fiscal do Conselho, Bruno Dias, acompanharam a ação no bairro do Tapanã. Pires informou que o CRO já havia recebido várias denúncias contra o local. “Ele não tem habilitação como dentista nem como protético e atua há mais de 20 anos. Estive com esse senhor há dois anos, de forma pedagógica, educativa, estive aqui dando ciência que o exercício ilegal da profissão era um crime e ele continuou realizando esses procedimentos.”

O presidente do CRO observa que apenas dentistas e técnicos em próteses dentárias, devidamente habilitados, estão aptos a realizar procedimentos em pacientes. “O técnico faz tão-somente a parte laboratorial, a confecção das próteses. O cirurgião-dentista é que faz a moldagem e o procedimento na boca das pessoas”, orienta. (Diário do Pará)

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