POLICIA PRENDE FALSO DENTISTA NO BAIRRO DO TAPANÃ
Após denúncia feita pelo Conselho
Regional de Odontologia do Pará (CRO-PA) e investigações preliminares,
uma equipe de policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) prendeu, na
manhã de ontem (20), Agripino Bastos, de 64 anos. O acusado foi preso na
própria residência, na rua do Ranário, bairro do Tapanã. Agripino foi
flagrado praticando o crime de exercício ilegal de Odontologia.
No local onde funcionava um pequeno
consultório improvisado, foram encontrados equipamentos odontológicos
sucateados e em péssimas condições de higiene, além de medicamentos e
material para confecção de próteses dentárias, alguns com data de
vencimento de 2008. O material foi apreendido e encaminhado para a
Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).
A prisão de Agripino ocorreu por volta
das 10h30 de ontem. A equipe comandada pela delegada Rosamalena Abreu
foi uma das que seguiram em operação para flagrar dois pontos de prática
ilegal de Odontologia. Apenas a equipe de Rosamalena obteve êxito na
operação e deteve Agripino Bastos. O segundo local, no bairro da
Pedreira, estava fechado, mas as investigações prosseguirão.
Ainda em sua residência, Agripino disse
que trabalhava apenas como protético e que os equipamentos apreendidos
pertenceram ao seu pai, que era dentista. Ele admitiu ainda que trabalha
como protético há mais de 20 anos, mas negou que realizasse
procedimentos cirúrgicos e tratamento dentário. “Aqui eu fazia o molde e
cobrava entre R$180,00 e R$200,00 cada uma. Há muitos anos que eu
trabalho”, afirmou.
Uma moradora da área, Erika dos Santos,
disse que todos no bairro conhecem Agripino como o “dentista do bairro”.
“A gente achava que ele era dentista. Eu até arranquei dente com ele.
Ele cobrava entre R$30,00 e R$35,00 por uma consulta. A gente que é de
baixa renda acaba procurando o que é mais barato”, lamentou.
Roberto Pires, presidente do CRO, e o
fiscal do Conselho, Bruno Dias, acompanharam a ação no bairro do Tapanã.
Pires informou que o CRO já havia recebido várias denúncias contra o
local. “Ele não tem habilitação como dentista nem como protético e atua
há mais de 20 anos. Estive com esse senhor há dois anos, de forma
pedagógica, educativa, estive aqui dando ciência que o exercício ilegal
da profissão era um crime e ele continuou realizando esses
procedimentos.”
O presidente do CRO observa que apenas
dentistas e técnicos em próteses dentárias, devidamente habilitados,
estão aptos a realizar procedimentos em pacientes. “O técnico faz
tão-somente a parte laboratorial, a confecção das próteses. O
cirurgião-dentista é que faz a moldagem e o procedimento na boca das
pessoas”, orienta. (Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário