Ontem (7) pela manhã, após o desfile
militar que percorreu a avenida Presidente Vargas, centenas de
manifestantes participaram do chamado “grito dos excluídos”. Em
contraponto à parada cívico-militar, que busca resgatar valores como o
civismo e a valorização do orgulho nacional, muitos dos que participaram
do 7 de Setembro acreditam que não há tanto do que se orgulhar. A
crítica às instituições públicas, exigindo mais saúde, educação, justiça social e honestidade por parte dos políticos, enfeitou cartazes e motivou gritos de desabafo.
Da Praça do CAN (Centro
Arquitetônico de Nazaré), os manifestantes ligados à ONGs, movimentos
sociais, partidos políticos de esquerda e membros da sociedade
civil se dirigiram à Praça da República. A intenção da organização era
entregar uma carta de protesto ao governador Simão Jatene. O desfile, no
entanto, acabou uma hora antes do previsto e já não havia nenhuma
autoridade quando o protesto chegou à Presidente Vargas. Nas críticas,
sobraram cobranças aos políticos, à violência do Estado e às grandes
corporações.
Muitos pais que assistiram
ao desfile militar fizeram questão de ficar até o fim do ato com seus
filhos. Odoaldo Passos, 71 anos, se juntou ao jovens e levou seu cartaz
para mandar seu recado à classe política. “Tem que ter o fim do voto
secreto em todos os níveis. O eleitor tem o direito de saber quais as
decisões que o político que ele elegeu está tomando. Só assim a gente
vai acabar com a corrupção, que é o grande problema desse país”, disse.
Cerca de 50 pessoas ligadas ao movimento
Black Block, no final da manifestação, desceram as ruas do centro
comercial. Na Frutuoso Guimarães, esquina com a rua Santo Antônio, uma
agência do grupo Ibis foi apedrejada por alguns manifestantes. Vidros de
algumas janelas caíram na calçada. A Polícia Militar, que apenas
acompanhava, interveio e dispersou o grupo. Alguns jovens foram
revistados, mas ninguém ficou detido. O grupo se concentrou em frente à
sede da Prefeitura Municipal, local em que o protesto foi encerrado.
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