Por cerca de meia hora, um homem foi mantido como refém dentro do seu carro por dois adolescentes, ambos com 15 anos, na tarde de ontem, na rodovia Artur Bernardes próximo à passagem Santa Rosa, bairro do Telégrafo, em Belém. A vítima, que trabalha como comerciante, ficou com a arma apontada para a cabeça por toda a negociação. Vários curiosos fecharam a rua para ver o desfecho do assalto. O engarrafamento na estreita rodovia causou grande confusão no local.
O terceiro assaltante que estava no carro é Danilo Corrêa de Melo, 19 anos. Ele portava uma arma calibre 38 com três munições. O momento em que os adolescentes se renderam foi de bastante tensão. Populares queriam furar o cerco policial para agredir os assaltantes que já estavam rendidos na carroceria da viatura da Polícia Militar. Todos foram levados para a Delegacia do Telégrafo, onde foi confirmada a identidade dos adolescentes.
Um deles ainda estava com o uniforme da escola estadual Antônio Moreira Junior, localizada no CDP. Ele cursa a 7ª Série do Ensino Fundamental no período da tarde, mas faltou a aula para praticar o assalto. Em seu caderno, durante a revista, policiais militares encontraram várias atividades escolares em branco. “Era para eu estar na aula agora”, afirmou sem se justificar porque praticou o assalto.
A vítima contou que estava na casa de um cliente descarregando garrafinhas de água mineral, na rua Gonçalves Ferreira, no bairro do Telégrafo, quando os três assaltantes fizeram a abordagem. “Só pediram para eu entrar no carro e dirigir até a Arthur Bernardes (rodovia)”, contou a vítima que preferiu não ser identificada.
Ele disse ainda que dirigiu até a frente da Delegacia do Telégrafo, mas seguiu pois não havia visto movimento algum de policiais na frente do prédio.
“Entrei na Bernardo Sayão e quando encontrei uma viatura que vinha na minha direção entrei na frente deles e freei”, disse a vítima. Ele contou que a sua reação foi inesperada e depois assumiu que ficou com medo. “Abaixei a cabeça e a polícia percebeu e logo desceu da viatura”, contou. Foi quando a negociação para os adolescentes e Danilo se entregarem começou.
O homem contou ainda que durante todo o tempo, os três garotos comentavam dentro do carro que estavam fugindo de outro assalto. “Mas, eles não entraram em mais detalhes de onde foi e como foi”, disse a vítima que apenas dirigia obedecendo as ordens dos sequestradores. Durante toda a ação do bando, Danilo estava com o dedo no gatilho e a arma engatilhada. “O policial ainda pediu para ele tirar o dedo e desengatilhar a arma. Foi agoniante”, narrou.
OUTRO
O carro da vítima, um Fiat Doblô, tem uma perfuração à bala na traseira de outro assalto que ele sofreu há cerca de 20 dias. Ele andava na noite de um domingo com a sua família pela avenida Pedro Álvares Cabral, quando um homem armado o abordou. Ele não parou e acelerou o carro, e o veículo foi atingido por uma bala. “Acho que eu tenho que rezar mais”, comentou.
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