sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

BARCO AFUNDA NO AMAZONAS



Barco afunda e mata 13 no Amazonas

NAUFRÁGIO Maioria dos passageiros era de paraenses que estavam indo de Alenquer para Manaus

O barco Almirante Monteiro, que saiu do porto de Alenquer com destino a Manaus, às 18h de segunda-feira, afundou na madrugada de ontem, em frente ao Paraná da Eva, município de Itacoatiara, no Estado do Amazonas, depois de colidir com uma balsa que teria avançado a mão e continuado a viagem rio abaixo, sem prestar socorroà embarcação atingida.
Até o fim da tarde de ontem, 13 corpos haviam sido resgatados e outras 10 pessoas continuavam desaparecidas, segundo informou o coronel Antonio Dias dos Santos, comandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas. Entre as vítimas estão quatro crianças, sendo duas meninas e dois meninos.
O acidente provocou grande aflição aos moradores de Alenquer que tinham parentes e amigos viajando na embarcação. Logo após o naufrágio, o despachante do barco em Alenquer foi comunicado por meio de telefonemas de passageiros. Durante todo o dia a cidade esteve tensa à espera de informações sobre as vítimas. A confirmação da morte da mãe e dois filhos, que estavam em um camarote, chegou no meio da tarde, provocando dor e desespero a uma das famílias que tinha parentes no barco.
O barco, de ferro, pertence a um empresário que mora em Manaus e fazia viagem entre Alenquer e a capital amazonense há vários meses. Ele estava alugado para o empresário de nome Rodrigues Alves, que também reside na capital do Amazonas. O comandante da embarcação, Lindomar Farias Ferreira, que trouxe o barco para Alenquer e ficou na cidade para assumir o comando de outra embarcação do mesmo dono, disse ao repórter Frank de Oliveira que a lista de passageiros era feita durante a viagem.
Conforme informações divulgadas ontem à tarde, a Capitania dos Portos de Manaus conseguiu encontrar o comandante da embarcação naufragada. Ele teria dito que o barco saiu de Alenquer com 70 passageiros e 12 tripulantes. Ao longo do percurso, houve embarques e desembarques. A estimativa é de que, no momento do acidente, cerca de 110 pessoas estavam no Almirante Monteiro.

Inquérito vai apurar as causas do naufrágio

Segundo o coronel Antonio Dias, do Corpo de Bombeiros, 92 pessoas tinham sido resgatadas com vida. Cerca de 20 vítimas ainda não tinham sido localizadas até a tarde de ontem. Os corpos estavam sendo levados, da comunidade Novo Remanso, para o IML de Manaus, enquanto os que foram resgatados permaneciam em uma igreja de Itacoatiara. A assessoria de imprensa da Capitania dos Portos informou que um navio fluvial, uma lancha e um helicóptero participaram das buscas às vítimas. Ainda de acordo com a assessoria, o barco Almirante Monteiro tem capacidade para 165 passageiros.

APURAÇÃO - O comando da Delegacia Fluvial de Santarém confirmou na manhã de ontem a abertura de inquérito para apurar as causas do naufrágio do barco a motor Almirante Monteiro, pela Capitania dos Portos Amazônia Ocidental. De acordo com o comandante, Evandro Sousa, no momento do acidente, um barco que estava passando no local e uma lancha da Polícia Civil, conseguiram socorrer aproximadamente 70 pessoas. “A embarcação não é inscrita na Delegacia Fluvial de Santarém, portanto não passou por nenhum tipo de fiscalização antes de seguir viagem”, disse o militar.
O comandante também informou que a balsa que se envolveu no acidente ainda não foi identificada porque minutos depois ela se evadiu do local, mas a Capitania dos Portos em Manaus, juntamente com as Agências Fluviais de Itacoatiara e Parintins, além da Delegacia de Santarém, estão trabalhando com o objetivo de identificar quem é o proprietário da balsa. (Com informações de Manoel Cardoso e Frank de Oliveira, de Alenquer).

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