Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou, ontem, o listão com os nomes dos calouros 2008. Das 5.056 vagas ofertadas, 542 não foram preenchidas, a maioria delas no interior do Estado. Com a implantação da cota sócio-racial, 49% dos novos universitários serão egressos de escolas públicas. Em 29 cursos, eles ocuparam a primeira colocação em nota, mas José Maria Mendonça Neto, oriundo de colégio particular, deu ao curso de Biomedicina o primeiro lugar geral.
Um total de 4.494 vagas foram preenchidas este ano, sendo 2.192 por candidatos que comprovaram ter estudado todo o ensino médio em escolas públicas e 1.203 por aqueles que também tiveram a mesma origem escolar, além de terem se autodeclarado negros ou pardos.
O número de declarados negros foi superior aos 1.116 planejados porque alguns alcançaram notas superiores aos concorrentes na cota para ensino público, segundo o diretor do Departamento de Apoio ao Vestibular (Daves), Luis Acácio Centeno.
Esse foi o primeiro ano de funcionamento do sistema de cota na UFPA. Para o diretor, essa nova forma de seleção não é a responsável pelo aumento da sobra de vagas em relação ao ano passado, com somente 60 delas ofertadas na capital e as demais 482 no interior.
O não preenchimento, acredita, está mais associado à falta de preparo dos candidatos em geral.
Os aprovados na federal devem fazer a habilitação à matrícula entre 20 e 26 de fevereiro. O edital está disponível no site do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (Derca), www.ufpa.br/derca. O listão de aprovados no PSS pode ser consultado no www.ufpa.br.
VIOLÊNCIA
Um foi executado em acerto de contas e outro morreu após bebedeira
Madrugada sangrenta em Águas Lindas
Duas mortes foram registradas em menos de duas horas na madrugada de ontem na Região Metropolitana de Belém. Um possível envolvimento com uma mulher que seria ex-companheira de perigoso homicida teria sido a principal causa da morte de Vilson de Jesus Estumano, de 22 anos. O homicídio ocorreu por volta das 3h30 de sábado, na rua Osvaldo Cruz com a passagem Santa Cecília, no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua.
Segundo a mãe da vítima, Sebastiana Rodrigues Corrêa, ela e os dois filhos estavam em uma festa de aparelhagem com amigos. Vilson conheceu uma moça, ainda não identificada pela família nem pela polícia, e, ao saírem da festa, todos resolveram comprar uma garrafa de vinho para terminar a noite em frente à residência. Foi aí que o inesperado aconteceu. Ainda de acordo com a mãe, ela viu quando o filho da vizinha veio correndo e alvejou Vilson com uma facada certeira no coração. Caído no meio da rua, a mãe e o irmão ainda tentaram pedir ajuda, porém, era tarde demais. A vítima não resistiu ao ferimento e morreu. O irmão culpou a polícia por não ter ido atrás do acusado, conhecido como Jefferson, vulgo “Jessé”, que está foragido.
EXECUÇÃO - Fernando Alex Leão Araújo, 21 anos, foi assassinado com seis tiros na madrugada de ontem, ainda em Águas Lindas, vítima de um possível acerto de contas. De acordo com testemunhas, Fernando vinha de uma festa na companhia da esposa e de amigos quando um homem chegou em uma bicicleta e fez os disparos.
Três tiros atingiram o peito e os outros três, o pescoço da vítima, que morreu na hora. Fernando estava em liberdade provisória da Colônia Agrícola Heleno Fragoso há um mês e o assassinato estaria relacionando com a comercialização ou dívida de drogas. Uma amiga da vítima desmente a hipótese de acerto de contas. “Fernando não era viciado, só bebia”, diz a amiga. Ainda de acordo com testemunhas, o homem que fez os disparos é moreno e de estatura baixa. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Ananindeua.
Rodrigo Monteiro
MORRE ASSASSINADO O CAPITÃO MARCELO FERREIRA
MAIS UMA VITIMA DE ASSALTANTES
URUARÁ - PA
Legista confirma tiro fatal em militar
O corpo do comandante da 13ª Companhia da Polícia Militar, de Uruará, capitão Marcelo Ferreira, morto após tentar impedir um assalto à agência do Banco do Brasil, chegou a Belém por volta das 9h e foi levado direto para o Centro de Perícias Renato Chaves. De acordo com o médico legista Osias Nunes, a necropsia durou aproximadamente uma hora e foi constatado que o tiro que acertou o comandante foi feito a longa distância. Durante a necropsia, foi constatado que o projétil perfurou a pálpebra inferior esquerda, ou seja, atingindo a cabeça da vítima.
“ Quem atirou, atirou para matar”, afirma o médico. O tiro atingiu áreas nobres do cérebro, como os hemisférios cerebrais, o cerebelo, o bulbo e a ponte. “Isso fez com que o policial tivesse uma hemorragia intracraniana e que o levou a morte ainda no local”, diz. Os peritos ainda vão identificar o tipo de arma utilizada para matar o policial através das lesões e dos projeteis e, consequentemente chegar até o assassino. “Só não foi possível reter o projétil porque ele transfixou a cabeça da vítima”, finaliza o médico. O corpo do comandante foi liberado às 11h para velório e sepultamento.
Rodrigo Monteiro
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