Um homem foi executado com vários tiros ontem, às 16h, na travessa 14 de Abril com a avenida Fernando Guilhon, no Guamá. Uma viatura da Polícia Militar flagrou o momento do crime. Houve troca de tiros com o executor, que tentou fugir com a ajuda de um comparsa em uma motocicleta, mas o assassino acabou sendo baleado e também morreu, instantes depois, após ser levado para o Pronto-Socorro Municipal (PSM) do bairro. O delegado Francisco Sombra, que apura o crime na seccional do Guamá, afirmou que a primeira vítima, Antero Augusto Wanzerlei Paraense, de 29 anos, era conhecido da polícia por cometer crimes de homicídio e assalto. Ele acredita que o crime tenha sido motivado por um "acerto de contas" entre facções criminosas.
Até o início da noite, a polícia ainda tinha dúvidas sobre a identidade do assassino de Antero, que seria conhecido pelo apelido de "Papel". A polícia passou o resto do dia tentando localizar o condutor da motocicleta que tentou dar fuga ao executor, mas ele não foi localizado. No instante em que Antero estava sendo executado, sem chance de defesa, passava pelo local a viatura 9418 com o cabo C. Silva e o soldado Dênis Miranda, da 24ª Zona de Policiamento, do bairro da Terra Firme.
O soldado Dênis disse que após executar Antero o acusado fugiu da polícia. Houve troca de tiros e o suspeito foi atingido. Ao virar a esquina, outro homem montado numa motocicleta aguardava o assassino. Mas o suspeito baleado caiu da motocicleta, possivelmente em razão dos ferimentos. Outras viaturas foram acionadas para dar apoio e os policiais que estavam em uma delas socorreu o assassino ainda com vida. Ele foi levado para o PSM do Guamá, onde resistiu por pouco tempo e acabou morrendo também. "O executor se aproximou do corpo para dar o tiro de misericórdia", disse o delegado.
Testemunhas contaram que Antero foi morto na calçada enquanto falava ao celular em frente a um lava-jato, onde provavelmente estava aguardando a limpeza da moto Honda de placa NSV-6362. Ele teve morte instantânea. Antero era conhecido pela vizinhança. Ao lado do corpo havia cinco cápsulas de arma de fogo deflagradas. A vítima ficou exposta na rua até a chegada do serviço de remoção. O local foi cercado por curiosos. A esposa e o irmão da vítima reconheceram o corpo ainda no local do crime. Aos prantos, não quiseram dar entrevista.
"Não sei se ele tinha inimigos e nem se usava drogas. Ele trabalhava com o nosso pai", afirmou o irmão da vítima. "O Antero conversava com todo mundo. Não sei da vida dele. A minha irmã veio aqui na porta e viu ele (Antero) sentado na calçada, falando no celular. Assim que ela entrou, ouviu os tiros. Foi muito rápido. Ela não viu quem foi (o assassino). Em poucos segundos ela poderia ter sido atingida também", disse uma vizinha.
Segundo o delegado, os familiares de Antero confirmaram que ele era ex-presidiário. "O Antero tinha vários antecedentes criminais, entre homicídios e assaltos, inclusive de saidinha de banco. Era um elemento conhecido da polícia e muito perigoso", afirmou. A arma com que Antero foi assassinado, uma pistola 380, foi encontrada com o executor. O revólver, que tinha a numeração raspada, foi apreendido e será encaminhado para exame no Centro de Perícia Científica Renato Chaves. "Será lavrado um auto de resistência (do executor morto) que será juntado ao inquérito policial", disse o delegado. Ele não descartava a hipótese de o condutor da moto também ter sido atingido na troca de tiros. Até à noite de ontem, a identidade dele ainda era ignorada.
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