domingo, 19 de agosto de 2012

Prolongamento da João Paulo II inicia este ano

Os frequentes congestionamentos formados ao longo do principal corredor de trânsito da grande Belém, a avenida Almirante Barroso, fazem o paraense aguardar com ansiedade o início das obras de prolongamento da avenida João Paulo II. A esperança dos condutores é de que, com uma nova alternativa de rota, o movimento de entrada e saída da cidade flua com mais rapidez. A obra tem previsão de início marcada para o mês de dezembro e corresponderá a cerca de 4 mil metros, avançando da passagem Mariano, no bairro Curió Utinga, até a rodovia Mário Covas, em Ananindeua. “Sonho dia e noite com essa obra. Com o congestionamento que tenho enfrentado diariamente na [avenida] Almirante Barroso, perco quase três horas por dia apenas no trânsito de casa para o trabalho. É um tempo que eu nem tenho para perder, no final das contas são quase três dias por mês”, diz a funcionária pública Carmem Vieira, que se desloca para o trabalho do conjunto Cidade Nova IV para o bairro de Nazaré pela avenida Almirante Barroso. “Se tivesse a 1º de Dezembro [atual avenida João Paulo II) ficaria bem melhor para mim. Acredito que reduziria meu trajeto em mais de 50%”, avalia.
Pelo projeto, que faz parte da segunda etapa do Ação Metrópole, a nova João Paulo II será ligada à rodovia Mário Covas através de uma conexão com o elevado do Coqueiro, permitindo o acesso direto a Belém de veículos oriundos dos conjuntos Cidade Nova e Paar, além dos bairros do Coqueiro e 40 Horas, em Ananindeua. “Não há dúvida de que será uma nova alternativa para desafogar o trânsito na região metropolitana, já que o acesso hoje se dá apenas pela rodovia BR-316, porém, mais que uma via de acesso e saída da cidade, o prolongamento traz a marca do desenvolvimento urbano para a cidade, trazendo benefícios sociais, econômicos e ambientais”, explicou o diretor geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), César Meira.
Neste primeiro momento, diz o diretor, está sendo elaborado o projeto executivo que entre outros produtos lançará o edital de abertura para o processo licitatório, marcado para o dia 02 de outubro. “Há um intervalo de tempo burocrático, mas, definida a empresa vencedora da licitação, a obra efetivamente tem início”, diz Meira, antecipando a redução no número de desapropriações na área por onde passará a nova via. “Diferente do que previa o traçado inicial, cruzaremos uma área com menos intervenções urbanas, de modo que o número de desapropriações será bastante reduzido. A quantidade exata, entretanto, apenas o projeto executivo definirá”.
A nova avenida João Paulo II terá duas pistas, com três faixas por sentido, ciclovia e implantação de duas pontes. A primeira a 60 metros da passagem Mariano, transpondo a ponta do Lago Bolonha, e outra a 200 metros da rua da Pedreirinha, transpondo a ponta do Lago Água Preta. A via circundará parte do Parque do Utinga, funcionando como barreira física e sanitária de proteção à Area de Preservação Ambiental (APA) Belém ao prever um sistema de drenagem que fará a captação dos efluentes que atualmente são diretamente lançados nos mananciais, promovendo a devida filtragem desses afluentes. “Também será uma barreira física, porque será margeada por um muro em gradil que permitirá a visualização do Parque ao mesmo tempo que impedirá o avanço urbano sobre o parque, que vem sofrendo com a urbanização”, destaca César Meira. A previsão é de que a nova via seja inaugurada no prazo de um ano, já considerando as adversidades climáticas. 
AÇÃO METRÓPOLE
O prolongamento da av. João Paulo II é a segunda etapa do projeto Ação Metrópole. A primeira foi finalizada com a construção da avenida Centenário Assembleia de Deus e do elevado Daniel Berg.
PREVISÃO
Após a conclusão da obra, prevista para dezembro de 2013, terá inicio a última fase, que corresponde à implantação do Sistema BRT (Bus Rapid Transit) do Estado, entre Belém e Marituba.

RF retém jato da familia ORM


A Receita Federal reteve, na tarde de sexta, uma aeronave que estaria sendo utilizada pela empresa “ORM Air Taxi Aéreo” sob suspeita de irregularidades na importação. Segundo fontes da Receita Federal, o avião em questão tem problemas de registro de propriedade e importação. No caso em questão, os irmãos Maiorana seriam os reais proprietários, embora a aeronave esteja em nome de estrangeiros. Se confirmada suspeita, eles poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica e descaminho.
Apesar de o fato ser de interesse público, a Infraero e Receita Federal não quiseram se pronunciar oficialmente sobre o caso. O avião é de um jato de luxo, modelo executivo, com iniciais N2 e o restante com letras de um alfabeto desconhecido. Após a notícia da retenção ter vazado para a imprensa e sem que soubesse que tínhamos essas informações, a equipe do DIÁRIO conversou com Flávio Santos, gerente da ORM, dentro da sala de monitoramento da Infraero. No início, Santos negou o ocorrido. Porém, quando a reportagem citou que a aeronave com iniciais N2 é a que havia sido apreendida pela Receita Federal, ele não só confirmou que era essa aeronave, como também disse que ela era dos Estados Unidos, espontaneamente.
Questionado pela reportagem sobre o motivo dessa aeronave ter a logomarca das Organizações Rômulo Maiorana, ele em seguida desconversou: “Vocês vão ter que provar o que estão dizendo. Eu estou dizendo que nenhuma aeronave da ORM está apreendida. Todas elas estão no nosso hangar”, argumentou. Convidado pela reportagem a nos acompanhar até o hangar para que confirmasse o que falava, ele disse que não tinha autorização para fazê-lo.
O auditor da Receita Federal que cuida do caso é Iranilson Brasil, conforme informação dada pelo funcionário da Receita de plantão no aeroporto. O plantonista nos informou que por ele poderíamos ter acesso ao Hangar, mas, após uma consulta por telefone ao auditor da Receita responsável pelo caso, o acesso foi negado. A equipe do DIÁRIO chegou a entrar em contato com o auditor por telefone, mas ele se negou a dar maiores informações.

SILÊNCIO
No portão que dá acesso ao Terminal de Cargas Internacionais, guardado pelo vigilante Valdecir, de uma empresa particular que presta serviços à Infraero - e é responsável pela proteção da entrada onde são guardadas as cargas que vêm de outros países - , a equipe do DIÁRIO foi informada que a Receita autorizou que o avião retido fosse lacrado e ficasse sob os cuidados da Infraero.
A informação contrastou com as primeiras palavras do gerente Flávio Santos, que garantia que não havia nenhuma aeronave retida nas dependências do aeroporto internacional de Val de Cans. “Não tenho conhecimento de nenhuma aeronave apreendida”, garantiu ele, com certa tranquilidade, à reportagem do DIÁRIO. Minutos depois, ele acabou dizendo que uma aeronave americana com iniciais N2 estava sim retida pela Receita Federal. Entretanto, o servidor do órgão, que se encontrava na sala da Receita, no aeroporto, a cada pergunta feita reportagem do DIÁRIO, respondia com a mesma frase: “Não estamos autorizados a dar informações”. Mesmo com esse bloqueio que foi imposto à imprensa, fontes do órgão confirmaram a retenção do jatinho de luxo. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

TRABALHO ESCRAVO

Cerca de três em cada mil pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho forçado, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado hoje (1º). O número total de pessoas presas em empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano chega a 20,9 milhões. Nessas situações também podem ser incluídos o tráfico de seres humanos ou práticas análogas à escravidão. O último relatório da organização sobre o assunto foi divulgado em 2005.
“O tráfico de seres humanos também pode ser considerado trabalho forçado e, assim, essa estimativa capta o tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual ou o que alguns chamam de escravidão moderna”, diz o estudo.
De acordo com o levantamento, mulheres e meninas representam 55% (11,4 milhões) do total de trabalhadores forçados, enquanto homens e meninos representam 9,5 milhões (45%). Além disso, os adultos são mais afetados do que as crianças, pois 74% (15,4 milhões) das vítimas são maiores de 18 anos e 26% (5,5 milhões) estão abaixo dessa faixa etária.
A região da Ásia e do Pacífico apresenta o número mais alto de trabalhadores forçados no mundo, 11,7 milhões (56%). A África vem em seguida, com 3,7 milhões (18%), e a América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%). Nos países da Europa Central e do Leste Europeu são registrados 1,6 milhão (7%) de pessoas trabalhando de forma forçada. Nas economias desenvolvidas e na União Europeia há 1,5 milhão (7%) de trabalhadores forçados, enquanto no Oriente Médio, o número de vítimas é estimado em 600 mil (3%).
O estudo mostra ainda que 90% dos trabalhadores (18,7 milhões) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Desses, 4,5 milhões (22%) são vítimas de exploração sexual forçada e 14,2 milhões (68%) são forçados em atividades econômicas como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial.
Além disso, 2,2 milhões (10%) são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado, como por exemplo, nas prisões, o que viola as normas da OIT, ou imposto por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.
O documento também apresenta a relação entre migração e trabalho forçado. Há 9,1 milhões de vítimas (44%) que estão presas no trabalho forçado após um processo migratório, ou seja, o deslocamento dentro de seus países ou para o exterior. A maioria dessas pessoas, 11,8 milhões (56%), está submetida a trabalho forçado em seus países de origem ou residência.
Os deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados à exploração para fins sexuais. Em contrapartida, a maioria dos trabalhadores forçados em atividades econômicas e quase todos os que são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado não se afastaram de suas áreas de origem”, mostra o estudo. (Agência Brasil)

24 MILHÕES VACINADOS CONTRA A GRIPE

Mais de 24,12 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe, de acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. O número representa 80,04% do público-alvo indicado para a imunização, que inclui idosos, crianças entre 6 meses e 2 anos, gestantes, índios e profissionais de saúde.

A pasta informou que 18 estados e o Distrito Federal atingiram a meta de proteger 80% dos grupos indicados. O registro dos dados da campanha será feito até a próxima sexta-feira (15).

A maior adesão foi verificada entre os trabalhadores de saúde, que registraram cobertura vacinal de 99,69%. As crianças respondem pela segunda maior adesão, com 86,83%. Alguns grupos prioritários, no entanto, ainda não alcançaram a meta de 80%: os idosos, com 77,79%, a população indígena, que é vacinada nas próprias aldeias, com 77,1%, e as gestantes, com 71,4%.

A Região Centro- Oeste conseguiu a maior adesão da população, com cobertura de 85,31% do público-alvo. O Sul ficou em segundo lugar, com 83,36%, seguido pelo Norte, com 81,62%, pelo Nordeste, com 80,79%, e pelo Sudeste, com 77,30%.

Por meio de nota, o ministério reforçou que cada município tem autonomia para avaliar a cobertura alcançada na sua área de abrangência e determinar se deve continuar ofertando as doses. Caso a cobertura tenha ficado abaixo da meta, a orientação é que a vacina continue sendo aplicada.

A pasta destacou ainda que a vacina contra a gripe tem impacto direto na diminuição dos casos e dos gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias, além de contribuir para a redução das internações hospitalares e da mortalidade. A dose protege contra os três principais vírus que circularam no Hemisfério Sul no ano anterior ao da vacinação, entre eles o da influenza A (H1N1) – gripe suína. (ABr)

CASA DA SAUDE MENTAL ADERE A GREVE DA SAUDE

Os funcionários da Centro de Atenção Pisico Social - Caps Casa Saúde Mental Infantil, em Belém, também resolveram aderir, na manhã de hoje (18), à greve dos Hospital Pronto-Socorro Mário Pinotti, da travessa 14 de Março, em Belém, que já completa uma semana nesta segunda-feira e não tem previsão para encerrar. A reivindicação dos trabalhadores também é por melhores condições de trabalho no local.
Segundo informou a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a diretoria do hospital recebeu, nesta manhã, uma comissão dos grevistas para discutir a pauta de reivindicações.
Os servidores da saúde municipal elaboraram uma lista com todos os pontos que precisam ser melhorados. O documento deve ser entregue à Sesma durante a reunião.
De acordo com a coordenadora de greve, Rosana Rocha, o HPSM da 14 precisa de medicamentos, equipamentos para os profissionais e também de materiais que ajudem a manter o ambiente limpo. Os banheiros também apresentam péssimas condições de uso.
Os grevistas se revezam dia e noite em frente ao HPSM da 14, enquanto esperam um posicionamento da Sesma. Rosana enfatiza que a cada dia que passa os servidores se mostram mais firmes na luta por melhores condições de trabalho. “Alguns já começam a ficar com raiva na demora pela negociação. Com isso o movimento se fortalece”, disse.
Nesta terça-feira (19), os grevistas planejam fazer uma campanha de doação de sangue, enquanto farão vigília em frente ao prédio do pronto-socorro. “A nossa função é salvar vidas e vamos mostrar que, mesmo em estado de greve, continuaremos a cumprir a nossa missão”, finalizou Rocha.
A Sesma informou, por meio de nota enviada à redação do DOL, que receberá as reivindicações dos servidores da Casa Saúde Mental Infantil para avaliar e saber como atenderá as demandas o mais rápido possível.

INVASORES DE BELO MONTE SERÃO INDICIADOS PELA JUSTIÇA

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) promete acionar a Justiça em relação à invasão por dezenas de lideranças indígenas e ativistas a um dos escritórios nos canteiros da Usina de Belo Monte em Altamira do Pará, no fim da tarde do último sábado, 16. Foram quebrados computadores, mesas, cadeiras e queimados documentos.
O CCBM registrou um boletim de ocorrência na delegacia do município. A Polícia fará levantamento dos danos e irá apurar se houve saque ou apenas vandalismo.
Por meio da assessoria, o Consórcio observou que já havia uma liminar proibindo o acesso de manifestantes ao sítio da empresa.
A invasão ao escritório é a segunda manifestação ocorrida em Belo Monte durante a realização do Xingu+23, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, a Rio+20. O Xingu+23 é uma espécie de conferência com uma série de atividades e debates em comemoração aos 23 anos de resistência contra Belo Monte, que acontece em Santo Antônio, a 50 km de Altamira.
Na primeira manifestação, na quinta-feira passada, cerca de 200 pessoas, entre indígenas, agricultores e pescadores afetados pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, ocuparam durante todo o dia o local onde a barragem será construída, próximo à vila de Santo Antônio. No local, o consórcio ergue uma espécie de barragem de terra conhecido por ensecadeira.
O Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), em nota, nega incentivo às manifestações de quebra-quebra. O MXVPS é organizador e coordenador do encontro Xingu+23. "A ação dos indígenas foi realizada de forma independente. Alguns participantes do evento decidiram, por conta própria, apoiar o ato dos indígenas. Em nenhum momento a ação foi incentivada pela coordenação do evento", declaram em nota. (DOL, com informações da Agência Estado)

RIOS E MANGUES LIMPOS POR VOLUNTÁRIOS EM BELÉM

Na manhã deste domingo (17), cerca de 200 pessoas percorreram mais de cinco quilômetros para ajudar na limpeza de rios e mangues da Região Metropolitana de Belém (PA).
Os voluntários se dividiram em três equipes: “Água”, onde usaram embarcações, como caiaque, lancha, motonáutica e canoa; “Terra", que fez a limpeza continental e dos mangues; e “Anfíbio”, que recolheu os resíduos das margens.
O mutirão começou a limpeza pelos rios Ariri, Maguari, Benfica e Caraparú. A ação foi um ensaio geral para a 3ª edição do “Clean Up Day” que acontecerá em setembro. O objetivo é que até lá, mais de cinco toneladas de lixo sejam retiradas.
Entre as sujeiras, muitas garrafas plásticas, sandálias e latinhas, mas o que chamou atenção mesmo foi um monitor de computador, um pedaço de sofá e outros aparelhos eletrônicos retirados das águas.
Todo esse material foi encaminhado para o Projeto Seletiva, onde serão separados e reaproveitados por cooperativas que trabalham com reciclagem.
O dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias (Clean Up Day) é realizado em mais de 120 países. Em Belém, é praticado desde 2010 e foi trazido pelo grupo Marenteza Canoagem.

POLICIAL MORTO EM CONFRONTO COM ASSALTANTES

Um policial militar foi morto em confronto com assaltantes, na noite da última sexta-feira (15), no município de Portel, na ilha do Marajó, a cerca de 270 km de Belém. Segundo informações do 9º Batalhão de Destacamento da Polícia Militar de Portel, o soldado Ademar Calandrine da Cruz, 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça após uma perseguição a dois assaltantes que teriam acabado de roubar um estabelecimento comercial no centro do município. “Assim que o soldado Calandrine e dois policiais chegaram para controlar a situação, os bandidos começaram a correr em direção ao cemitério da cidade e atirar contra a guarnição. Na troca de tiros, um dos bandidos acertou em cheio a cabeça do soldado. Ainda chegamos a levar o PM para o pronto-socorro da cidade, mas não adiantou. Ele morreu na hora”, afirmou o major Rui Cintra, comandante do 8º BDPM.
Na manhã de ontem, o corpo do militar foi trazido de avião para o Aeroclube de Belém e encaminhado para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, onde será realizada a autópsia. Segundo o major Cintra, o soldado era natural do município de Salvaterra, também no Marajó, e estava na Polícia Militar há pouco mais de um ano. “Apesar de ser recém-formado, o soldado Calandrine era um dos nossos homens mais atuantes no batalhão. A perda dele não será sentida apenas pela família, mas também por todo o nosso efetivo da polícia. Era um soldado que sempre estava à disposição do batalhão e honrava a sua função na sociedade”, destacou o major.
Amigos da vítima estiveram no Aeroclube para esperar a chegada do corpo, que, após a perícia do Instituto Médico Legal, será levado de volta ao Marajó, onde o policial morava com a família.
Colega de turma da vítima, o soldado William, do 8º Batalhão da PM, disse que Calandrine era um dos alunos que mais se destacavam na escola de formação da Polícia Militar. “Nós estudamos juntos na escola da preparação da PM e o Calandrine sempre demonstrou muito empenho pela profissão. Quem conviveu com ele sabe o quanto ele era um profissional dedicado e uma pessoa excepcional. É uma pena ver alguém tão dedicado e de bom caráter morrer tão cedo. E ainda mais numa situação dessa, ser morto em pleno exercício da função”, afirmou o militar.
Buscas em Portel
Segundo o major Cintra, após o baleamento do policial militar, os assaltantes ainda conseguiram fugir, mas horas depois um deles foi capturado pela polícia na periferia do município. “A gente não tem a informação exata de onde o outro bandido se encontra, o que a gente sabe é que ele ainda continua no Marajó, pois a PM está fazendo um trabalho intensivo no arquipélago para capturar o acusado do homicídio o mais rápido possível”, ressaltou Cintra.
Em Belém, a assessoria de comunicação do Comando da Polícia informou que está aguardando um relatório para se pronunciar oficialmente sobre a morte do soldado. Segundo amigos de Ademar Calendrine da Cruz, o corpo dele será velado e enterrado hoje no município de Salvaterrra.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

REGULARIZADOS OS MOTO-TAXI DE BELÉM

A lei que regulamenta a profissão de mototaxista, em Belém, foi assinada na tarde desta quinta-feira (14), em reunião da categoria com o chefe de gabinete da Prefeitura Municipal de Belém, Oséas Junior, no Palácio Antônio Lemos.
Desde a manhã, centenas de mototaxistas se concentraram em frente ao prédio sede da prefeitura na esperança da regulamentação.
Agora os trabalhadores serão considerados profissionais a partir da publicação em Diário Oficial, o que deve ocorrer nesta sexta-feira (15) ou na primeira publicação da próxima semana, segundo a prefeitura.
Para a Companhia de Transportes de Belém (CTBel), o próximo passo será a elaboração de uma nova minuta a ser aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte Deliberativo do órgão.
"Infelizmente ainda é possível observar muitas infrações de trânsito cometidas por mototaxistas. Nossa intenção é, a partir da regulamentação desta atividade, amenizar essas imprudências", explica a diretora-superintendente da CTBel, Ellen Margareth.
Segundo o presidente da Associação dos Condutores Autônomos de Mototáxis Paraense, Josué Santos dos Anjos, a reunião foi bastante proveitosa.
"A CTBel foi bastante flexível e provou que está do lado da categoria. Tudo o que queremos é a regularização de nossa atividade e evitar que sejamos confundidos com bandidos", declarou.
CRITÉRIOS
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belém, os profissionais terão que cumprir concessões que serão distribuídas após a publicação no Diário Oficial. Confira algumas da lista.
- Mínimo de dois anos de carteira de habilitação "Tipo A"- Cadastro nas entidades de classe para ingresso na categoria- Motocicleta e capacete na cor branca- Uniforme padrão nas cores azul e laranja- Todas as motocicletas deverão conter uma numeração- Profissionais terão um ano para transferir os veículos para suas propriedades

GREVE DA SAUDE EM BELÉM

Com apitos e penicos de plástico nas mãos, na noite de ontem, servidores do Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (14 de março) tentavam mais uma vez chamar a atenção da prefeitura para a situação das instalações do prédio do PSM, que, segundo eles, encontra-se em péssimo estado. Parte dos funcionários do hospital está em greve desde a última segunda-feira (11) e além do reajuste salarial e pedido de devolução de benefícios, os servidores reivindicam melhores condições de trabalho e manutenção de equipamentos e melhoria nas condições do prédio.
Os penicos nas mãos representavam um protesto por conta dos banheiros do hospital, que estão interditados e em condições insalubres. “Na porta dos banheiros colocaram um cartaz que diz ‘Interditado por uma semana’, mas isso já está há meses”, lamentou a técnica de enfermagem Rosa Leda, que faz parte do movimento grevista. Emocionada, Leda lamenta não ter condições para exercer seu trabalho normalmente. “É muito triste a situação de pessoas que precisam de atendimentos urgentes e acabam morrendo porque não os têm. A gente fica triste junto com a família por não poder fazer nada”, lamentou.
Com o filho especial João Vitor da Conceição, de 7 anos, internado no PSM, a dona de casa Cleia da Conceição, moradora do Distrito de Mosqueiro, disse que passa horas esperando que funcionários venham atendê-lo na enfermaria. João Vitor está vomitando sangue desde a noite de segunda-feira (11), quando deu entrada no hospital. “Eu fico numa situação difícil porque meu filho está passando mal e acaba sujando todo o quarto. Mas eu não posso fazer nada, os banheiros não funcionam. Eu ainda não sei o que ele tem porque não recebemos o atendimento necessário”, disse.
Na manhã de ontem, a greve dos servidores foi movimentada por mais uma série de protestos em frente ao hospital. Por várias vezes os grevistas fecharam a travessa 14 de Março e expuseram um caixão simulando um enterro simbólico da saúde.
No início da noite, uma comissão do comando de greve, acompanhada pelo advogado Dênis Melo, foi até o PSM do Guamá para mobilizar os servidores a fim de convencê-los a aderir à greve, mas não foi possível fechar acordo. Após uma reunião, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência entrou em “estado de greve”, podendo ser deflagrada a qualquer momento.
O comando de greve informou que ainda hoje, a comissão vai percorrer todos os PSM’s para mobilizar os servidores para aderirem a greve. Na próxima sexta-feira (16), às 19h, em frente ao PSM da 14 de março, uma grande Assembleia envolvendo todos os PSM’s será realizada.
SESMA
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou em nota que no dia 1º de junho de 2012 esteve reunida com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Pará – Sindsaúde e atendeu às reivindicações dos manifestantes que paralisaram suas atividades no Hospital Pronto Socorro Mário Pinotti (Umarizal).
Ainda na nota, a Sesma ressaltou que os servidores responderão administrativamente pelos seus atos, uma vez que não retornaram às suas atividades mesmo com as reivindicações atendidas.
A Sesma informa ainda que o atendimento no hospital não foi prejudicado, uma vez que os manifestantes não representam 10% do seu quadro total de servidores. O Hospital Mário Pinotti (Umarizal) mantém a sua média diária de atendimento de 350 pacientes.

domingo, 22 de abril de 2012



                       PAPA BENTO XVI CELEBRA MISSA PASCAL E PEDE PAZ AO MUNDO

O Papa Bento XVI pediu, em sua mensagem de Páscoa, durante a missa celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo, que o governo da Síria atenda aos apelos de outros países para por um fim ao derramamento de sangue e inicie diálogos com a comunidade internacional.

O papa também denunciou ataques terroristas na Nigéria que têm atingindo tanto cristãos como muçulmanos e rezou pedindo paz para Mali, onde existe um golpe de estado em andamento.

Bento XVI rezou para mais de 100 mil fiéis depois de passar três horas de vigília dentro da Basílica de São Pedro. As informações são da Associated Press. (AE)



                          A DENGUE AVANÇA RÁPIDO NOS CANTEIROS DE BELO MONTE

Diversos trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, têm sido diagnosticados com dengue em hospitais de Altamira, município mais próximo dos cinco canteiros de obras que concentram por volta de 7 mil operários. Dos cerca de 30 casos suspeitos que chegam por dia no Hospital Santo Agostinho, em cinco a doença é confirmada. No Hospital Municipal São Rafael, já foram registrados 50 casos nos últimos dias.

Apesar da taxa de incidência aumentar entre os operários, a dengue não é a doença mais comum nos canteiros da usina. “As principais doenças são as diarreias, seguidas dos casos suspeitos de dengue que, depois, a gente acaba confirmando. Chegam aqui uma média de 30 pacientes com suspeita de dengue por dia. Desses, cinco são confirmados”, disse o diretor de Enfermagem do Hospital Santo Agostinho, Renato da Silva. Segundo ele, “esse é um número muito alto”, principalmente se for comparado com os registros de anos anteriores em Altamira.

A Norte Energia, responsável geral pela hidrelétrica, informou à Agência Brasil que "promove ações diárias e ininterruptas de prevenção e combate à dengue em todos os canteiros de obras" e que "essas ações vão desde o borrifamento de inseticidas até campanhas educativas realizadas periodicamente por equipes devidamente treinadas".

Prestes a ser contratado para trabalhar como servente, Joel Viana, de 25 anos, foi chamado para se apresentar na última sexta-feira (13). Morador de Altamira, Viana chegou com febre ao Sistema Integrado de Ensino do Pará (Sienpa), um dos locais onde é feita a seleção dos trabalhadores. “Como eu preciso muito desse emprego, e ninguém da minha família está trabalhando, decidi vir para cá, mesmo com o corpo todo doendo e com febre. Eles disseram que, do jeito que eu estava, não poderia me apresentar, mas, felizmente, deixaram que eu me apresentasse na segunda”, disse ele, pouco antes de ser chamado pelos funcionários de recrutamento do consórcio.

Coordenador do escritório de Representação Geral da Presidência da República na Casa de Governo em Altamira, Avelino Ganzer confirma que “há um princípio de epidemia de dengue”, não só no canteiro de obras, mas em toda a cidade.

Mas a dengue não é a única preocupação dos médicos. O número de pessoas atingidas pela violência também tem crescido em Altamira, bem como o de vítimas de acidentes de trânsito. “Isso fica bastante evidente em nosso setor de emergência, com o crescente número de pacientes feridos por armas brancas, em especial, vítimas de facadas. Com o inchaço [populacional], também aumentaram consideravelmente os casos de acidentes de trânsito. No geral, a movimentação em nosso hospital cresceu 80% desde que a obra começou”, disse à Agência Brasil a diretora administrativa do Hospital Municipal São Rafael, Arlinda Maria de Sousa.

No Santo Agostinho, Renato da Silva também aponta o aumento na quantidade de casos suspeitos. O número de atendimentos aumentou de 40 para 90 casos por dia. Como se não bastasse, nesta semana, dezenas de servidores da área de saúde que atuam em Altamira decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, reivindicando plano de cargos e salários, aumento salarial, equipamentos de proteção individual e fornecimento de água potável no Hospital São Rafael.

A qualidade da água é apontada por médicos e enfermeiros como o maior problema de saúde da cidade. “É muito comum vermos água escura saindo das torneiras. O problema de saneamento, aqui, é evidente. Daí o grande número de casos de diarreia”.

Recentemente, a Justiça Federal concedeu liminar aos ministérios públicos Federal (MPF) e do Pará determinando 18 medidas que devem ser adotadas pela prefeitura de Altamira para amenizar os problemas no hospital municipal. Segundo o MPF, o hospital apresenta problemas como sujeira, destinação incorreta do lixo hospitalar, além da falta de remédios, água potável e equipamentos de proteção individual. Também foi constatada uma série de deficiências de infraestrutura e de gerenciamento. (Agência Brasil)

                  
                      POLICIA PRENDE FALSO DENTISTA NO BAIRRO DO TAPANÃ

Após denúncia feita pelo Conselho Regional de Odontologia do Pará (CRO-PA) e investigações preliminares, uma equipe de policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) prendeu, na manhã de ontem (20), Agripino Bastos, de 64 anos. O acusado foi preso na própria residência, na rua do Ranário, bairro do Tapanã. Agripino foi flagrado praticando o crime de exercício ilegal de Odontologia.

No local onde funcionava um pequeno consultório improvisado, foram encontrados equipamentos odontológicos sucateados e em péssimas condições de higiene, além de medicamentos e material para confecção de próteses dentárias, alguns com data de vencimento de 2008. O material foi apreendido e encaminhado para a Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).

A prisão de Agripino ocorreu por volta das 10h30 de ontem. A equipe comandada pela delegada Rosamalena Abreu foi uma das que seguiram em operação para flagrar dois pontos de prática ilegal de Odontologia. Apenas a equipe de Rosamalena obteve êxito na operação e deteve Agripino Bastos. O segundo local, no bairro da Pedreira, estava fechado, mas as investigações prosseguirão.

Ainda em sua residência, Agripino disse que trabalhava apenas como protético e que os equipamentos apreendidos pertenceram ao seu pai, que era dentista. Ele admitiu ainda que trabalha como protético há mais de 20 anos, mas negou que realizasse procedimentos cirúrgicos e tratamento dentário. “Aqui eu fazia o molde e cobrava entre R$180,00 e R$200,00 cada uma. Há muitos anos que eu trabalho”, afirmou.
Uma moradora da área, Erika dos Santos, disse que todos no bairro conhecem Agripino como o “dentista do bairro”. “A gente achava que ele era dentista. Eu até arranquei dente com ele. Ele cobrava entre R$30,00 e R$35,00 por uma consulta. A gente que é de baixa renda acaba procurando o que é mais barato”, lamentou.

Roberto Pires, presidente do CRO, e o fiscal do Conselho, Bruno Dias, acompanharam a ação no bairro do Tapanã. Pires informou que o CRO já havia recebido várias denúncias contra o local. “Ele não tem habilitação como dentista nem como protético e atua há mais de 20 anos. Estive com esse senhor há dois anos, de forma pedagógica, educativa, estive aqui dando ciência que o exercício ilegal da profissão era um crime e ele continuou realizando esses procedimentos.”

O presidente do CRO observa que apenas dentistas e técnicos em próteses dentárias, devidamente habilitados, estão aptos a realizar procedimentos em pacientes. “O técnico faz tão-somente a parte laboratorial, a confecção das próteses. O cirurgião-dentista é que faz a moldagem e o procedimento na boca das pessoas”, orienta. (Diário do Pará)

                OS TENTÁCULOS DE DOTE

Jovem, ousado, impetuoso, com visão de futuro. No rol empresarial a diversificação é uma marca. Adentra o ramo de venda de veículos, passa pelo entretenimento, envereda pelo ramo de transporte e ainda se arrisca no agronegócio. Busca expandir sempre os próprios investimentos e trata a concorrência de forma implacável. Fosse um empreendedor comum certamente já teria recebido algum tipo de prêmio como ‘empresário do ano’, mas Jocicley Braga de Moura, o ‘Dote’, não é um empresário comum. Apesar de ser considerado atualmente um dos maiores- se não o maior- traficantes do eixo Norte-Nordeste, grande parte da fortuna de Dote está envolta em sombras, espalhada em nomes de terceiros, conhecidos como ‘laranjas’. O dinheiro limpa o principal negócio de Dote, o tráfico de droga, capaz de movimentar até R$ 10 milhões por semana, do início ao fim da ‘cadeia produtiva da droga’, segundo avaliação de um delegado especialista no assunto.
Fazem parte desse patrimônio de Dote, segundo ainda está investigando a Polícia, uma concessionária de veículos em Belém e outra em Fortaleza, uma aparelhagem, frota de táxi, apto de luxo em Fortaleza, apartamentos em Manaus e Belém, imóveis em bairros da periferia como Cabanagem e Bengui, e possivelmente imóveis rurais como sítio e fazenda no Pará. Nada disso em nome próprio, o que dificulta o rastreamento, mas em nomes de pessoas de confiança do traficante, cuja escalada no mundo do crime já começa a ser considerada umas das mais impressionantes dos últimos tempos no Estado.
Condenado a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado, por tráfico de drogas, pelo juiz Paulo Jussara Júnior, da Vara de Entorpecentes e Combate às Organizações Criminosas do Pará, em dezembro de 2010, ‘Dote’ foi preso de manhã cedo em Fortaleza, no dia 13 de abril, uma sexta-feira, depois de uma noite de festa em comemoração ao aniversário do filho pequeno. Um dos quatro rebentos do traficante.
Foi preso por uma equipe de policiais civis da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), da Polícia Civil do Pará, sob comando do delegado Éder Mauro. O traficante não esboçou reação ao ser detido. Estava em um veículo Ecosport, cujo valor de mercado não é menor que R$ 50 mil. Havia passado a noite nos altos de um apartamento de luxo no bem localizado bairro de Dionísio Torres, centro de Fortaleza. No bairro, apartamentos como o de Dote custam entre R$ 680 mil a R$ 1 milhão.
O traficante se preparava para entrar em uma concessionária de veículos que o serviço de inteligência da Polícia Civil crê com alto grau de certeza ser mais um dos empreendimentos disfarçados para lavagem de dinheiro. Aos 28 anos, Dote está milionário. Pavimentou a própria ascensão social no mundo do crime de forma rápida, com alguma dose de sorte e muito sangue derramado. Pelo menos 12 homicídios são atribuídos a ele. Sem contar o assassinato de uma namorada em Fortaleza.

CRIA DO TRÁFICO
O tráfico vem de família. Dote cresceu tendo a droga como companheira íntima. Com oito anos, entre uma partida de futebol no campinho do bairro e uma empinada de papagaio, começou a servir de aviãozinho, transportando pequenas quantidades de maconha e executando diversos serviços aos traficantes mais velhos. “Mãe, tia, madrinha, irmão, praticamente toda a família de Dote têm ou tiveram envolvimento no tráfico”, diz um delegado.
Dote praticamente foi criado pela madrinha Maria do Carmo Borges, a quem o traficante sempre considerou uma segunda mãe. Maria do Carmo está presa por tráfico de drogas. Nos tempos de pobreza quase extrema, Dote também foi ajudado por uma mulher conhecida na Cabanagem como Lucídia, uma mulher magra e de muitas palavras. Dona de um pequeno bar na rua João Nunes, a mesma onde Dote foi criado, Lucídia sempre recebia o protegido e os companheiros de tráfico nas comemorações das vitórias da quadrilha.

Sanguinários, vaidoso e solto por ter "bons antecedentes"
Vaidoso, gosta de baladas e de roupas jovens de marca. Tanto que foi preso novamente quando saía de uma festa em Manaus no início de 2009. Mas foi colocado em liberdade pela juíza Maria Edwiges Lobato no dia 4 de março do mesmo ano. A magistrada avaliou que ele “tinha bons antecedentes” e por “possuir residência fixa” poderia aguardar o julgamento em liberdade. Vinte e um dias depois foi feito novo pedido de prisão de “Dote”, pelo juiz Altemar da Silva Paes, que redistribuiu o processo ao novo titular da Vara de Inquéritos Policiais, juiz Pedro Pinheiro Sotero.
Zé Roberto, "Barão do Tráfico" e novo parceiro de Dote, foi preso. Está em Americano. A captura de Dote passou a ser prioridade. Na Delegacia do Marco, uma pasta branca amarfanhada com um conteúdo um tanto volumoso traz na capa o título ‘Dossiê do Número Um’. É Dote. As buscas por ele levaram as equipes policiais a seguir os rastros do traficante no Maranhão, na região dos Lençóis Maranhenses; em Teresina, no Piauí; em Natal, no Rio Grande do Norte, e em Fortaleza. Dote também passou pelo Rio de Janeiro e fez viagens internacionais.
Acostumado a grandes e confortáveis espaços, Dote atualmente está isolado numa pequena cela, de pouco mais de dois metros quadrados no CR 3, em Americano. É considerada a parte mais segura do complexo penitenciário. “Mas já sabemos que o Zé Roberto mandou que todo mundo tratasse bem o Dote”, diz Éder Mauro.
Enquanto o maior traficante da região vê o cômodo pequeno à frente e ao lado, as peças do tabuleiro do tráfico se movem. Há quem diga que Dandan, no Aurá, e Tiaguinho, no Bengui, de peso mediano no comércio de entorpecentes, começam a querer alçar voos maiores. Qual o dote que lhes será reservado?

Sangue e negócios em família
“Aos 15 anos ele já era dono de boca de fumo. Com 17 anos já mandava na Cabanagem, no Bengui e no Jaderlândia”, diz o delegado Éder Mauro, talvez um dos principais inimigos de Dote, tanto que o traficante chegou a colocar a prêmio a cabeça do policial. Algo em torno de R$ 300 mil para o executor. Nos sete anos entre o menino que servia de aviãozinho ao dono de boca de fumo, Dote começou a imprimir a própria marca. “Ele foi expulsando os donos de boca”, diz o delegado. “Manda matar um e avisa que a partir daí agora é ele quem vai tomar conta do lugar. Quem não aceitar será eliminado. Com isso ganha respeito”. Dote foi eliminando um por um dos fornecedores concorrentes, até chegar ao ponto em que todos os ‘boqueiros’ tinham de comprar a droga diretamente dele.
Foi quando o jovem traficante começou a se capitalizar. Mandava buscar pedras de ‘oxi’ fora do estado. Entre 2002 e 2007 adquiriu os primeiros 15 imóveis na Cabanagem e redondezas. Usava muitos deles como laboratório para fabricação da droga. Mas a Polícia destruiu cinco desses laboratórios. Em um dessas investidas policiais houve trocas de tiro. Três soldados de Dote morreram. O traficante mostrou que não era de aceitar traições. Encontrou quem achava ter feito a denúncia à polícia. Enquanto diversas cédulas de dinheiro eram colocadas na boca do desafeto, mandava que o alvo dos disparos fosse a cara da vítima. Ao fim, doze disparos desfiguraram o rosto do homem a quem Dote atribuía ter ‘dado o serviço’ à polícia. Lições como essa espalhavam-se à boca pequena e a fama do traficante crescia.
E Dote começou a usar laboratórios ambulantes após ser surpreendido pela Polícia. Era um método simples. Batia-se na casa de alguém e a pessoa era informada que a casa seria usada como laboratório naquela noite.
Em 2007, veio a primeira quda. Foi preso quando saía de uma boate no Jurunas. A Polícia ficara de campana das 20h às 8h. No carro de Dote a polícia encontrou cocaína. O traficante ofereceu R$ 100 mil para se livrar do flagrante. Não adiantou. Foi autuado, mas em menos de duas semanas foi liberado por intermédio de um alvará de soltura. Uma semana depois a prisão de Dote foi decretada, mas ele já estava foragido. A fuga resultou num encontro que mudou os rumos do traficante-empreendedor. Dote foi para Manaus e lá fez amizade com José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto, considerado pela Polícia como o ‘Barão do Tráfico’. Em Belém Dote deixou a gerência do tráfico da Cabanagem nas mãos de Boca e Jacaré. No Bengui o escolhido foi Tiaguinho. Dote daria um salto na carreira.
Com Zé Roberto, passou a ter contato direto com o tráfico internacional. Virou uma espécie de ‘quase-sócio’ de Zé Roberto. Com base em Manaus, o Barão do Tráfico recebia pedras de ‘oxi’ do Peru, Bolívia e Venezuela e repassava para os escolhidos em cidades como São Luiz e Fortaleza. Dote tornou-se o ‘homem de Belém’. Uma pedra de oxi, com peso médio de um quilo costuma ter o preço avaliado em cerca de R$ 20 mil. Foi esse mercado que se abriu para Dote, sendo o único grande distribuidor aos traficantes da cidade. E Dote aproveitou. Enriqueceu rapidamente. O traficante tem espírito empreendedor. Por intermédio de laranjas e gente de sua extrema confiança, passou a controlar o movimento de vans e mototáxis no bairro. Também passou a comprar diversos imóveis. No centro de Belém teria apartamentos avaliados em R$ 600 mil. Segundo a polícia, também seria dono de uma aparelhagem, cujo investimento mínimo não sairia por menos de R$ 1 milhão. (Diário do Pará) Luiz Carlos (PPSE)