sábado, 9 de fevereiro de 2008

POLICIA - Reintegração de Posse

Polícia expulsa invasores de terreno

REINTEGRAÇÃO DE POSSE

Área pertencente à empresa de engenharia estava sendo ocupada por cerca de 70 famílias
Cerca de 70 famílias que ocupavam um terreno pertencente à empresa Guamá Engenharia Ltda., localizado ao lado do residencial Ilha Porchat, na rodovia Augusto Montenegro, foi desocupado ontem pela manhã. Cerca de 250 policiais do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar auxiliaram no cumprimento da liminar judicial que concedeu a reintegração de posse da área à empresa proprietária. O terreno estava ocupado pelas famílias desde o início de outubro do ano passado. Apesar de a decisão afetar as famílias, não houve confronto nem a necessidade de uso da força policial. No entanto, os ocupantes prometem protestar junto ao governo do Estado para que seja apontada uma solução para as famílias retiradas do local.Marretas, picaretas e até uma motosserra foram utilizadas para por fim ao sonho da moradia própria das cerca de 70 famílias que ocupavam o terreno da Guamá Engenharia. A área seria destinada à construção de 12 blocos residenciais, que se somariam aos outros 12 blocos que compõe o residencial Ilha Porchat, informou o engenheiro Ronilson Serafim.Ronilson informou que ele e mais 12 pessoas estavam iniciando o trabalho de construção dos novos prédios quando os invasores chegaram no dia 13 de outubro do ano passado. “Nós saímos da área, até por uma questão de segurança nossa. Mas eu disse que eles iriam perder tempo e dinheiro com a invasão, pois a empresa possui toda a documentação que comprova a posse do terreno”, disse o engenheiro.
LIMINAR - Ontem, por volta das 6h20, os 250 homens do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, sob o comando do coronel Walci Luís Travassos de Queiroz, chegaram ao local acompanhando os oficiais de Justiça Sandro Srur e Jorge Carvalho. Os oficiais traziam em mãos a liminar de reintegração de posse da Guamá Engenharia, expedida pelo juiz Amílcar Bezerra Guimarães, da 1ª Vara Cível da capital.

PREJUÍZOS - Os ocupantes do terreno reclamavam que não foram comunicados anteriormente da desocupação, pois não houve tempo para a retirada de móveis e materiais utilizados na construção de barracos e casas. A maioria das cerca de 150 casas existentes no terreno era de madeira. Em algumas, a madeira deu lugar a tijolos e para estes ocupantes o prejuízo foi bem maior. As casas de alvenaria foram colocadas abaixo à base de marretadas sem que houvesse possibilidade de salvar o material utilizado na construção das casas. Quem podia, além de carregar os móveis e objetos pessoais, tratava de retirar a madeira, telhas e o que fosse possível para reduzir as perdas. Uma das moradoras disse que o filho já havia investido cerca de R$11 mil na construção da casa. “Eu ainda disse para ele não gastar dinheiro construindo aqui. Agora está aí. É dinheiro jogado fora”, queixava-se a mulher. Maria Aparecida também lamentava ter que deixar a casa construída na área ocupada. “Nem prefeitura, nem o governo do Estado olham pela gente. Olham só pelos empresários e pelos ricos. Estão destruindo nossa casa. O pedacinho de sonho que construímos está sendo destruído”, lamentava a mulher.A desocupação terminou somente no final da manhã de ontem. Não foi registrado nenhum tipo de confronto com os ocupantes. Além da Polícia Militar, agentes de trânsito da CTBel e funcionários da Rede Celpa auxiliaram no apoio à operação de desocupação do terreno.

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