
Gritos de populares em perseguição. De repente, o disparo de uma arma de fogo e a brusca freada de bicicleta. Esse era apenas o início dos 30 minutos mais tensos da história recente de uma família que reside em um conjunto residencial no bairro Parque Verde, em Belém.
Toda essa agonia foi vivenciada no final da manhã de ontem, quando um adolescente de 17 anos (acompanhado de sua namorada de 16 anos) invadiu a residência da referida família, localizada na rua Maria Aninhas, no conjunto Benjamim Sodré. A ação ocorreu enquanto ele fugia de populares que o avistaram ao abordar duas pessoas e roubar-lhes dois telefones celulares, na rua principal do conjunto residencial citado acima.
Na fuga, o adolescente e sua namorada estavam em uma bicicleta. Num determinado momento, os dois entraram na rua Maria Aninhas. Instantes depois, um dos populares efetuou um disparo para o alto, a fim de impedir que os ladrões fugissem. A iniciativa obteve efeito sob o adolescente, que perdeu o controle da bicicleta e caiu. “Na hora do tiro, eu caí da bicicleta. Foi tudo bem rápido”, comentou o assaltante, diante da reportagem do DIÁRIO.
Mesmo desnorteado, o adolescente e sua namorada entraram na casa onde encontravam-se oito pessoas, sendo uma idosa e duas crianças. Com a correria que se estabeleceu pelo local, um homem de prenome Carlos, de 59 anos, foi o único a ser agarrado pelo assaltante. Em meio ao desespero, as outras pessoas conseguiram fugir, com exceção das duas crianças. “Logo que ele (adolescente) me colocou pra dentro da casa, pedi para liberar as crianças e ele deixou”, relembrou Carlos.
“O Carlos era quem estava próximo do portão quando eles entraram, por isso pegaram ele. A gente saiu correndo, só voltamos para pedir que saltassem as crianças, que ficaram no quarto”, relatou em prantos, a empregada doméstica Sirlene Dourado de Oliveira, 25. Então, como o refém estava dominado dentro da casa, populares rapidamente acionaram a polícia.
O major Daniel, comandante da 5ª ZPol, encarregou-se de negociar a liberação do refém e a posterior prisão do adolescente. Após aproximadamente 30 minutos de tensão, o assaltante exigiu um colete à prova de bala, a presença de sua irmã e da imprensa, para poder liberar Carlos, além de entregar o revólver calibre 32 que portava, com seis munições não deflagradas.
Em seguida, o adolescente e sua namorada foram conduzidos por uma viatura da Polícia Civil para a Seccional da Marambaia. De lá, eles foram encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), no bairro do Jurunas, e onde foi indiciado por cárcere privado e roubo qualificado. (Diário do Pará)
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