quarta-feira, 12 de março de 2008

ESPORTES



Águia e Clube do Remo jogam hoje, às 20h30, no estádio Zinho de Oliveira, em Marabá, precisando ambos do mesmo resultado: a vitória. Menos do que isso não interessa a nenhum dos lados. Se não for a conquista dos três pontos não serve para continuar na briga por uma das duas vagas ainda em disputa para a fase semifinal do primeiro turno. Ambos fazem campanhas irregulares, com o time da casa somando sete pontos e o visitante oito. Mas o Águia vem de um excelente resultado ao golear a Tuna Luso por 4 a 0, ao passo que o Remo vem de um empate sem gols com o Vila Rica em Belém. O certo é que após o apito final um time pensará na próxima rodada enquanto o outro começará o planejamento para o returno. Se bem que, em caso de empate, as duas equipes já pensarão no que vier depois do primeiro turno.

Será a primeira partida do Remo fora de Belém pelo Parazão. Também será a primeira vez em que jogará num campo não neutro, já que no Mangueirão o excelente gramado ajuda as duas equipes e a distância da torcida faz com que nenhum jogador se amedronte. Mas, dessa vez, os três mil torcedores que estarão no Zinho de Oliveira - também com um ótimo gramado - serão em sua maioria do time da casa e ávidos pela segunda vitória consecutiva sobre um time grande da capital.

Arthur sabe da urgência que tem pelos três pontos para os dois lados, por isso acredita que as duas equipes partirão para o ataque, o que proporcionará uma partida mais franca. 'Sabemos das dificuldades que encontraremos. O Águia também precisa da vitória, então acredito que será um jogo aberto. Espero que a equipe esteja feliz nas finalizações para que cheguemos à vitória. Mas tudo depende da nossa atitude. Uma equipe que deseja ser campeã deve vencer em qualquer campo', disse o treinador azulino.

Pelo lado marabaense, o técnico Vítor Jaime aposta num Remo mais cauteloso. Ele tem acompanhado as partidas do Leão Azul e acredita que terá que ser do Águia a iniciativa do ataque. 'Tenho observado o time do Remo na competição e suponho como ele jogará. Nos treinamentos, acertamos como será a marcação nos pontos fortes deles para não sermos surpreendidos', explicou Jaime.

Com três jogos restantes, o Remo pode somar mais nove, um a mais do que conseguiu em seis rodadas, e ir a 17 pontos, considerado por muitos como suficiente para abocanhar uma das duas vagas que ainda estariam em aberto para a semifinal do primeiro turno - dificilmente as duas primeiras deixarão de ficar com Paysandu e Vila Rica, nessa ordem. Mas, como confiar em um time que até agora conquistou apenas 44,5% dos pontos em disputa conseguirá agora os 100%?

Na 6ª posição, com oito pontos, acima do Leão Azul, estão Ananindeua, com nove (5º), Tiradentes, com dez (4º) e Castanhal, com 11 (3º). Isso sem falar do líder e vice-líder. Com apenas um desses times haverá um confronto direto. O Tartaruga é o adversário da última rodada, dia 26. Na penúltima, o confronto será com a Tuna, que está uma posição abaixo, mas com a mesma pontuação.

Falta de gol tem preocupado azulinos

O Remo tenta logo mais passar pelo seu principal empecilho até então na temporada. A falta de gols. Até agora foram apenas cinco em seis rodadas. Nos dois jogos pela Copa do Brasil, a equipe passou em branco. Em contrapartida, a defesa vem se constituindo no melhor setor da equipe, com apenas quatro gols tomados. Por causa disso, o treinador tem pedido constantemente a contratação de atacantes e meias armadores. Hoje, novamente, a esperança recai sobre Marcelo Maciel, único atacante de ofício na equipe. Garrinchinha, que era cotado para jogar, mantém-se como opção de banco para tentar mudar o rumo das partidas.

Pelo lado do Águia, que já balançou as redes adversárias oito vezes, o destaque é o meio-de-campo, especialmente a trinca formada por Lê, Aleílson e Ciro. É deles a responsabilidade de deixar os atacantes com chance de marcar e, quando tiverem oportunidade, também finalizar.

Maciel sabe das dificuldades que o time passa e não tem outra receita que não trabalhar e trabalhar. 'Temos que fazer a nossa parte. Só podemos sair dessa situação se conseguirmos melhorar lá na frente. Precisamos de um homem de área, mas enquanto ele não chega temos que nos esforçar ao máximo para que os gols voltem a aparecer', disse.

Meio-campo Ciro tem grandes ambições

Revelado pela Tuna Luso e com uma breve passagem pelo Remo, o meia Ciro era dado como craque quando apareceu para o futebol. De linhagem nobre - ele é filho do volante Elias, craque do Remo na década de 1960 - ele sempre teve destaque maior nos clubes de menor expressão que defendeu; é assim mais uma vez agora no time de Marabá. Em sua segunda temporada no Águia e com uma ambição bem maior, ele quer que 2008 seja melhor que a frustração do ano passado.

'Ano passado fomos muito bem e fiz questão de voltar. Infelizmente em 2007 ficamos de fora dos dois turnos por causa de um ponto. Não podemos mais dar essa chance para o azar. Já perdemos muitos pontos e agora temos que nos garantir o quanto antes', disse. 'Para isso temos que fazer um grande campeonato. Nada desse objetivo valerá se não chegarmos às finais. Queremos muito chegar à Série C', completou Ciro.

Ele sabe que mesmo em crise o Leão deve ser um adversário dos mais perigosos e que o futuro do Águia no turno depende de uma vitória logo mais.

Suspense até no último treino azulino

Até o treino de ontem de manhã, o treinador azulino tentava manter o suspense quanto ao time que mandará a campo logo mais. A opção pelo sistema com três zagueiros era sempre lembrado por Arthur, mas por fim ele manteve a formação que vem atuando. Os desfalques são os zagueiros Diego Barros e Anderson Seffrin, ambos expulsos na rodada passada. A solução foi improvisar o lateral-direito Carlão na posição. A situação gerou certo desconforto e o zagueiro Gustavo, único especialista que restava no elenco, pediu o boné e deixou o clube (ver matéria). A outra mudança é de ordem técnica. Diego Maciel deixa o meio-de-campo para o retorno de Maurício Oliveira. 'Tenho que ver como essa equipe se encaixa melhor. O cuidado tem que ser redobrado porque o Águia vem muito bem, ainda mais em seus domínios', comentou o técnico, antes de definir o time.

Arthur conversou bastante com seus jogadores sobre a quantidade de expulsões. Até aqui já foram seis cartões vermelhos, a maioria deles decorrente de um segundo amarelo. O problema é que quase sempre um deles é por reclamação. Foi assim contra o Vila Rica. Diego Barros discutiu com um adversário e levou um cartão. Depois, na primeira falta que cometeu na partida, levou o outro e foi expulso. Além dos citados também já saíram de partidas antes do apito final os volantes Zé Luís (duas vezes) e Julinho Petrolina e o lateral-direito Cicinho.

Para o técnico, a situação do time na tabela de classificação e a cobrança por melhores resultados têm feito com que os atletas, em certos momentos das partidas, percam a cabeça.

Ribeiro afirma que hoje anunciará reforços

Depois de Roni, Marcello Troisi, Batata e Castiano, ontem foi a vez de mais um jogador deixar o Baenão. Sem chances no time e preterido até quando não há mais nenhum jogador da posição à disposição, o zagueiro Gustavo pediu para sair e de presto foi atendido. É o quarto atleta indicado pelo ex-técnico Bagé a deixar o clube - apenas Batata não se encaixa nesse perfil. A se julgar pelo comentário do treinador, o jogador não deixará saudades. 'Não sei se estava insatisfeito. Tenho as minhas opções e ele não era a primeira delas. Ele me disse que tem proposta de outro clube. Dei boa sorte a ele', disse Arthur.

Enquanto uns vão, nenhum chega. O presidente Raimundo Ribeiro, antes da reunião do Conselho Deliberativo, ontem à noite, na sede social, comentou que pretende anunciar quatro nomes até hoje à noite. 'Estamos conversando com jogadores do Brasil inteiro e amanhã (hoje) devemos ter novidades', confirmou o dirigente.

Entre os nomes especulados estão os mesmos da semana passada, como Maurício (32), centroavante do Criciúma-SC, Paulo Sérgio (22), atacante do Flamengo-RJ, e Mazinho Lima (34), ex-Ceará. O volante Ricardo Oliveira, que rescindiu com o São Bento-SP, teria se oferecido para voltar. 'O Ricardo está sem clube e poderá vir. Mas precisamos conversar mais', finalizou Ribeiro.

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